
A informação consta do relatório e contas de 2021 do International Investment Bank Cabo Verde (iiBCV), que prevê a aplicação deste resultado apenas em reservas legais (10%) e outras reservas (90%), sem distribuir dividendos, tal como já tinha acontecido em 2019 e 2020 para precaver repercussões económicas da pandemia de covid-19.
O iiBCV fechou 2021 com um resultado líquido superior a 337,1 milhões de escudos (três milhões de euros). Este desempenho compara com os lucros de 190,3 milhões de escudos (1,7 milhões de euros) em 2020, de 147,2 milhões de escudos (1,3 milhões de euros) em 2019 e os prejuízos de 270,8 milhões de escudos (-2,4 milhões de euros) em 2018 e de 55,9 milhões de escudos (-503 mil euros) em 2017.
No relatório e contas, a administração do iiBCV sublinha que os níveis de solvência e liquidez fixaram-se no final de 2021 em 31% e 441 milhões de escudos (quatro milhões de euros), respetivamente, conferindo "um posicionamento acomodatício da estrutura patrimonial", encerrando o exercício com um crescimento de 77% no resultado líquido, "constituindo o melhor resultado da história da instituição", em mais de dez anos de atividade em Cabo Verde.
Para "vencer o momento", ainda marcado pela crise económica provocada pela pandemia em 2021, a administração sublinha que se manteve "fiel à execução das variáveis fundamentais" do plano estratégico, "o que se traduziu num crescimento do balanço em 53% [para 30 mil milhões de escudos, 270,5 milhões de euros], através de mais eficientes e diversificadas fontes de financiamento, possibilitando uma estrutura dos ativos com um retorno ponderado pelo risco superior".
Essa gestão, acrescenta, refletiu-se ainda no aumento do produto bancário em 41%, para 725,4 milhões de escudos (quase 6,6 milhões de euros), face ao "aumento da margem financeira em 12% e da margem complementar em 301%".
"No que concerne à carteira de crédito, é importante destacar a gestão proativa do portfólio, que possibilitou um acompanhamento diferenciado dos clientes, fator determinante na recuperação de créditos não produtivos (NPLs), cuja proporcionalidade se fixou nos 1,49%", refere-se ainda no relatório e contas.
A carteira de crédito global do banco cresceu 1% em 2021, para quase 5,5 mil milhões de escudos (49,6 milhões de euros). Já a carteira de crédito em incumprimento (superior a 90 dias) totalizou assim cerca de 80,7 milhões de escudos (730 mil euros).
O banco fechou 2021 com capitais próprios positivos em 1.789 milhões de escudos (16,1 milhões de euros) e um ativo total superior a 30 mil milhões de escudos (270,5 milhões de euros), para um passivo de 28,2 mil milhões de escudos (254,4 milhões de euros), praticamente metade correspondente a depósitos de clientes.
Os recursos de clientes, em depósitos, registaram um crescimento homólogo de 5%, para quase 14,9 mil milhões de escudos (134,4 milhões de euros).
O iiBCV, até 2019 designado por Banco Internacional de Cabo Verde (BICV) e antes Banco Espírito Santo Cabo Verde, iniciou a atividade em julho de 2010 e até meados de 2018 foi integralmente detido pelo Novo Banco de Portugal.
Em 11 de julho de 2018, após aprovação das entidades de supervisão, 90% das ações representativas do capital social foram adquiridas pelo iiB Group Holdings WLL (iibGroup), com sede no reino de Bahrain, que tem como objetivo adquirir e administrar ativos bancários no Oriente Médio e em África.
A mudança de marca de BICV para iiBCV só foi concluída em meados de 2019, com o Novo Banco (através do Novo Banco África) a manter-se como parte da estrutura acionista, com uma participação minoritária de 10%.
Com um capital social de 1.433 milhões de escudos (13 milhões de euros), o iibCV tem atualmente presença física nas ilhas de Santiago e do Sal e conta com cerca de 40 trabalhadores.
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