"O plano do governo é desenvolver terminais de GNL (gás natural liquefeito) na Alemanha", disse Steffen Hebestreit, porta-voz do chanceler Olaf Scholz, numa conferência de imprensa regular.

"O gás liquefeito é uma solução alternativa à importação de gás russo", acrescentou, recordando que "vários projetos" de terminais já estão em curso, como os das cidades de Brunsbüttel e Stade, no norte do país.

Este último deve "ser acelerado", disse, embora as obras ainda não tenham começado devido a dificuldades administrativas e financeiras, apesar do seu lançamento em 2019 pelo governo da então chanceler Angela Merkel.

Estes projetos, liderados por privados, são subsidiados por entidades públicas.

Os terminais de GNL possibilitam a importação de gás natural por mar, graças a um processo de liquefação que garante uma melhor capacidade de transporte.

Neste momento, a Alemanha não dispõe de equipamentos deste tipo e por isso recebe todo o seu abastecimento de gás através de gasodutos, maioritariamente da Rússia.

Estes terminais permitiriam a Berlim diversificar os seus fornecedores, aumentando as suas encomendas nomeadamente dos Estados Unidos, do Qatar ou do Canadá.

A Alemanha quer reduzir a sua dependência do gás russo, num contexto de tensões entre Moscovo e países ocidentais em torno da fronteira ucraniana.

Berlim é acusada de ambiguidade nesta crise, entre o imperativo de solidariedade com Kiev e os seus aliados ocidentais, e a necessidade de preservar relações com o seu principal fornecedor energético.

Atualmente, a Alemanha importa da Rússia 55% do gás que consome e é o gás que aquece 50% das casas do país e representa 26,7% do consumo de energia primária, de acordo com os dados do Governo.

A utilização desta energia deverá aumentar, no âmbito da transição energética, para substituir o nuclear e o carvão como complemento às energias renováveis.

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