"Estamos dentro do cronograma. As coisas tem corrido muitíssimo bem e, portanto, nós pensamos ainda este ano lançar a primeira pedra. A verdade que a questão da pandemia não ajudou muito em alguns processos, mas estamos dentro do programa que inicialmente apresentamos à Câmara Municipal do Porto e, portanto, espero nos próximos dois anos estar a convidar os senhores vereadores para a inauguração da sede", disse Pedro Proença na reunião do executivo desta manhã, questionado pela socialista Odete Patrício.

Em outubro de 2020, a Câmara do Porto aprovou, com abstenção da CDU e da vereadora socialista Odete Patrício, a proposta de cedência à LPFP de um terreno para a uma nova sede, a instalar na Rua de John Whitehead, em Ramalde.

À data, Pedro Proença descreveu o projeto da autoria do gabinete de arquitetura Ooda, responsável obra do Matadouro Industrial de Campanhã, como "icónico", tendo até comparado o imóvel ao "edifício emblemático" da Casa da Música.

O edifício, que terá sete pisos, representa um investimento privado de 18 milhões de euros.

A cedência do terreno para a nova sede da Liga foi contestada, na altura, por vereadores da oposição que questionaram as contrapartidas de 642 mil euros que autarquia pretendia assumir para que a sede daquela entidade se mantivesse na cidade, levando Rui Moreira, presidente camarário, a dizer-se envergonhado com a discussão.

A contestação às contrapartidas no projeto da sede da Liga, não impediu que hoje todos os vereadores da oposição aprovassem, por unanimidade, a cedência do Pavilhão Rosa Mota, por seis dias, à LPFP, para a realização "Thinking Football Summit", cuja concretização em 2022, 2023 e 2024 será apoiada nos mesmos moldes.

Na reunião do executivo desta manhã, Pedro Proença apresentou o projeto "Thinking Football Summit", que decorre entre 02 e 05 de setembro, e que "vai trazer aquilo que de melhor há na indústria do futebol".

Salientando o peso económico do futebol no Produto Interno Bruto (PIB), o presidente da Liga Portugal explicou que desafiou a Câmara do Porto para ser parceiro num "projeto absolutamente icónico" e que vai transformar o Porto "na centralidade" do futebol durante quatro dias.

A iniciativa que pretende promover a discussão das principais temáticas do futebol profissional, agregando num só evento, jornadas, cimeiras de presidentes, conferências e debates, incluirá mais de 100 atividades diferentes, 40 conferências, 96 oradores, sendo esperados 1000 profissionais do setor e 150 empresas.

São ainda esperados cerca de 5.600 visitantes/dia, num total de 22.400, provenientes de 50 países, e um total de 5.000 dormidas na cidade, traduzindo-se num impacto económico previsto de 4.5 milhões de euros.

De acordo com Pedro Proença, o evento vai ser totalmente financiado com recurso a capitais próprios, devendo, a Liga, nos dos primeiros anos da feira do futebol perder dinheiro.

Apenas no terceiro ano se prevê atingir o "break even", o ponto de equilíbrio entre despesas e receitas, revelou.

O objetivo é a implementação da marca, explicou, acrescentando que houve cinco municípios que se mostraram interessados em acolher o evento dado impacto económico esperado.

Pelo PS, Manuel Pizarro disse que o projeto tem o total apoio dos socialistas, sobretudo porque vai encorajar a recuperação económica.

Também o social-democrata Álvaro Almeida se mostrou satisfeito com a iniciativa, tendo salientado que, se dependesse das entidades publicas, o mesmo seria realizado em Lisboa e não no Porto.

Já a vereadora da CDU, Ilda Figueiredo, disse esperar que quem queira participar não fique dependente de condições económicas.

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