
Os Harlem Globetrotters podem não ser uma equipa no sentido competitivo da palavra, mas são uma equipa que não faz pestanejar quem recebe um convite seu. Que o diga Randy 'Crash' McClure, que deixou para trás uma bem sucedida experiência no basquetebol moldavo para abraçar o desafio de representar a "equipa mais histórica do Mundo". O extremo que ainda é o melhor marcador da Universidade de Albany State está desde 2021 nos Globetrotters e, olhando para trás, não há um pingo de arrependimento pela carreira que decidiu escolher.
"O convite surgiu completamente do nada. Não estava à espera. Estava prestes a voltar à Moldávia, onde tinha tido um ano de muito sucesso ao ser MVP da Liga e das finais, mas depois recebi uma chamada de um treinador dos Globetrotters e quando a equipa mais histórica do Mundo te chama não é algo que consigas recusar", referiu, a Record, 'Crash' McClure, acrescentando que, hoje em dia, já não pensa voltar ao basquetebol competitivo: "Durante algum tempo esse objetivo ainda esteve na minha cabeça. Mas depois de estarmos aqui, vermos o trabalho que é feito, o que damos às pessoas, o que recebemos delas... Ser profissional numa outra equipa é algo que já não me passa pela cabeça. Sou muito feliz aqui."
Na opinião do extremo, muito do que se vê e aplaude na NBA atual é fruto de algo que começou a ser desenvolvido nos Globetrotters, onde o espetáculo está sempre acima de qualquer outra coisa. "Olhamos para a NBA e vemos coisas que começaram por ser feitas aqui. Há todo um trabalho relacionado com o entretenimento, com as jogadas espetaculares, que vem dos Globetrotters. A nossa missão é continuar isso, dar às pessoas motivos para se apaixonarem pelo basquetebol, inspirá-las a ser quem querem ser. Podem ser altas, baixas, conseguirem afundar, não chegarem ao cesto... Isso é indiferente se trabalharem com paixão. Há lugar para elas nesta equipa", explicou McClure, que depois de uma lesão que o impediu de se mostrar a Record na exibição em Londres, garante que estará apto para o público português.
Olhamos para a NBA e vemos coisas que começaram por ser feitas aqui. Há todo um trabalho relacionado com o entretenimento, com as jogadas espetaculares, que vem dos Globetrotters
'Crash' McClure
Jogador dos Harlem Globetrotters
"Tive uma queda feia num treino, mas não é nada de grave. Em breve volto a estar apto e estarei no melhor para me mostrar a Portugal", garantiu 'Crash', que até confidenciou que tem descendência portuguesa: "Numa das últimas conversas que tive com o meu avô antes dele falecer, contou-me que tinha família em Cabo Verde e Portugal. Foi nele em que pensei assim que soube que íamos a Portugal. Estou muito entusiasmado por conhecer o país. Já sei que a comida é ótima e mal posso esperar para conhecer os fãs portugueses", atirou o extremo, que, questionado se conhecia o único português na história da NBA, acabou por bloquear no nome... "Joga nos Celtics, não é? Bem, estou a ver a cara dele. Sei que faz muitos afundanços tal como eu, mas não me estou a conseguir lembrar do nome. Tenho-o na ponta da língua", disse, já em desespero. Neemias Queta, atirámos. "Isso, é o Queta. Gosto muito dele. As oportunidades não têm sido muitas, mas esta época está a mostrar-se mais. Desejo-lhe o melhor", finalizou.
A tour dos Globetrotters em Portugal começa em Albufeira (30 de maio), segue para Viseu (31 de maio), depois Lisboa (1 de junho), Porto (2 de junho), Braga (3 de junho), Vila Nova de Gaia (4 de junho) e fecha em Évora (5 de junho).