"Julgo que percorremos muito bem este caminho. Ainda não terminámos, mas conseguimos que nos escutassem. A informação nas nossas mãos começou a ser uma arma poderosa", disse o chefe de Estado ucraniano, numa conversa por videoconferência com estudantes irlandeses.

Nesse sentido, Zelensky sublinhou que, "apesar de a Rússia possuir mais armas no campo de batalha", Kiev conseguiu superar Moscovo "no espaço da informação", indicou a agência noticiosa ucraniana Ukrinform.

No decurso da sua intervenção, o Presidente ucraniano criticou a "propaganda" russa, e referiu-se às recentes sanções impostas pelo Kremlin (Presidência russa) a cerca de 50 políticos do país.

"As restrições impostas pela Rússia não afetam particularmente nada. Trata-se de mais uma técnica de propaganda para que possam mentir na televisão russa, como se a Rússia fosse capaz de fazer algo na diplomacia", disse.

Em simultâneo, também criticou a assinatura russa na declaração conjunta dos países que participaram na última cimeira do G20 (grupo das maiores economias mundiais) que decorreu em Bali, Indonésia, por "violar a maioria dos princípios" que promete cumprir.

Zelensky assinalou ainda que a Rússia mobiliza todos os seus recursos para a guerra e se converteu "no maior Estado terrorista da História", ao mesmo tempo que diz ser defensora do "Direito Internacional" ou afirma que está a assegurar medidas para garantir a estabilidade energética.

Sobre este último ponto, Zelensky lembrou que Moscovo tem lançado mísseis contra as centrais elétricas e de produção de gás da Ucrânia.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus --, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia -- foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.557 civis mortos e 10.074 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

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