"55.000 soldados russos foram mortos nesta guerra em seis meses (...) Vocês querem mais? Não? Então protestem! Lutem! Fujam! Ou rendam-se" ao exército ucraniano, afirmou Zelensky, desta vez em russo, no tradicional discurso diário em vídeo.

"Estas são as vossas opções para sobreviver. Vocês já são cúmplices de todos os crimes [do exército russo], assassínios e torturas que os ucranianos são vítimas. Porque estão em silêncio. Porque ainda estão em silêncio", acusou Zelensky, argumentando que as autoridades de Moscovo estão a preparar uma mobilização que pode chegar ao milhão de homens.

Oficialmente, Moscovo anunciou quarta-feira a mobilização de 300.000 reservistas.

"É hora de você escolher. Para os homens na Rússia, é a escolha de morrer ou viver, ficar incapacitado ou preservar a saúde. Para as mulheres na Rússia, a escolha é perder os seus maridos para sempre, os filhos, os netos ou tentar de qualquer maneira protegê-los contra a morte, contra a guerra, contra o único homem [o Presidente russo, Vladimir Putin]", insistiu Zelensky.

Mais de 1.300 pessoas foram presas na quarta-feira durante manifestações contra a mobilização improvisadas em toda a Rússia, segundo a organização não-governamental OVD-Info.

O anúncio da mobilização também provocou um forte afluxo de russos que desejam deixar o país, com filas registadas nas fronteiras terrestres com vários países e nos aeroportos.

O Kremlin já desmentiu esse afluxo, considerando tratar-se de uma fenómeno "fortemente exagerado" pelos políticos e pela imprensa.

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