"No que diz respeito à nossa viagem a Lisboa, é uma viagem essencial porque penso que é da maior importância. Vamos só com um pequeno grupo [do colégio de comissários], mas é de enorme importância que comecemos esta presidência portuguesa com diálogo próximo", afirma Ursula von der Leyen em entrevista à agência Lusa e outros meios de comunicação social portugueses em Bruxelas, um dia antes da ida à capital portuguesa.

Insistindo que esta é "uma viagem essencial e necessária", a líder do executivo comunitário garante que serão adotadas "todas as precauções e medidas necessárias para evitar infeções", isto numa altura em que o número de casos continua a subir acentuadamente em Portugal, o que já motivou um novo confinamento a partir de sexta-feira.

Ursula von der Leyen diz, assim, esperar "realizar as negociações e discussões necessárias que são tão importantes para o colégio e para o trabalho da Comissão e do Conselho da UE".

Uma delegação da Comissão Europeia liderada por Von der Leyen visitará Portugal na sexta-feira, no quadro da presidência portuguesa do Conselho da UE, apesar do anunciado confinamento mais rígido devido à covid-19.

A tradicional visita do executivo comunitário ao país que assume a presidência do Conselho será acompanhada apenas por oito membros do colégio, dada a pandemia.

Ursula von der Leyen será, então, acompanhada na sua deslocação a Lisboa pelos três vice-presidentes executivos, Frans Timmermans (Pacto Ecológico Europeu), Valdis Dombrovskis (Uma Economia ao Serviço das Pessoas) e Margrethe Vestager (Digital), pelo vice-presidente e Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, pelos vice-presidentes Margaritis Schinas (Promoção do Modo de Vida Europeu) e Maros Sefcovic (Relações Interinstitucionais e Prospetiva), pela comissária portuguesa Elisa Ferreira (Coesão e Reformas), e pelo comissário Nicolas Schmit, que tutela os Assuntos Sociais, uma das grandes prioridades da presidência portuguesa.

Em condições normais, as visitas do colégio da Comissão ao país que assume a presidência semestral rotativa do Conselho envolvem a totalidade dos comissários e prolongam-se por dois dias.

Nesta entrevista à Lusa e outros meios de comunicação social portugueses em Bruxelas, Ursula von der Leyen admite que a situação epidemiológica "é grave por toda a Europa", incluindo em Portugal.

"Estamos a assistir a um pico de infeções após as férias de Natal e ao possível impacto da nova variante [detetada no Reino Unido]", justifica a líder do executivo comunitário.

Ainda assim, "sei que o Governo português está a monitorizar de perto a situação e a considerar medidas suplementares para reduzir o impacto do vírus", aponta a responsável.

Ursula von der Leyen pede que, "nas próximas semanas", os cidadãos europeus sejam "muito disciplinados" no cumprimento das medidas de contenção, dizendo ver já "luz ao fundo do túnel" com a vacinação em curso no espaço comunitário.

"Isto é sério, temos de nos manter vigilantes, temos de monitorizar e temos de ser muito disciplinados", conclui.

Tal como sucedeu durante a presidência alemã do Conselho, no segundo semestre de 2020, e com boa parte da presidência croata no primeiro semestre do ano passado, a pandemia da covid-19 ameaça condicionar fortemente os trabalhos da presidência portuguesa, forçando designadamente a celebração de muitas reuniões por videoconferência e limitando o número de participações naquelas que são realizadas presencialmente.

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