De acordo com o relatório e contas de 2020 da Sociedade Interbancária e Sistema de Pagamentos (SISP), consultado hoje pela Lusa, o serviço "Acquiring Internacional" -- marcas internacionais -- "registou a maior quebra de sempre com a pandemia da covid-19", traduzindo-se numa "diminuição a nível de operações acima dos 56,7%", recuando a níveis de 2015.

As transações com estes cartões de bancos internacionais na rede cabo-verdiana - que corresponde à entrada de divisas no país -, passaram de um recorde de 1.216.513 operações em 2019, ano em que Cabo Verde recebeu 819 mil turistas, para 525.749 no ano passado, devido às restrições impostas pela pandemia de covid-19, "realizadas essencialmente no primeiro trimestre de 2020, antes do encerramento das fronteiras".

"Com relação ao montante, o decréscimo foi de 48,9% em relação a 2019. As operações com cartões Visa representam 60% das transações com cartão internacional, contra 40% do registado com cartão Mastercard", refere-se ainda no relatório e contas.

Em comissões, a Visa pagou a Cabo Verde 62,5 milhões de escudos (565 mil euros), enquanto a Mastercard pagou mais de 69,3 milhões de escudos (625 mil euros), em 2020.

"As compras com cartões internacionais estão cada vez mais a ganhar peso com relação aos levantamentos com os mesmos cartões nos Caixas Automáticos, como resultado da estratégia de massificação desse serviço iniciado nos últimos três anos, com vista a dotar o país, cada vez mais turístico, de uma rede de aceitação de cartões internacionais em todos os setores da atividade", reconhece ainda empresa, no documento.

A rede interbancária da SISP contava no final de 2020 com 199 terminais ATM, menos 3% face a 2019, "justificado pela suspensão de atividades de alguns estabelecimentos públicos e hoteleiros onde são alojados", e 8.688 terminais POS, para pagamentos de compras e serviços, um crescimento de 608 unidades instaladas no arquipélago (mais 9%).

Em dezembro de 2020 estavam ativos 271.854 cartões dos bancos comerciais instalados no país, menos 2% face a 2019, e foram produzidos 130.145 novos cartões (-8%).

"A variação negativa a nível de cartões está relacionada com a prorrogação das datas de expiração dos cartões, aplicada pelos bancos a partir do segundo trimestre de 2020 devido à pandemia e restrições de deslocação às agências bancárias", refere a SISP.

A SISP foi criada em 1999 e o volume de negócios da empresa, participada pelo Estado (10%) e banco central (40%) cabo-verdianos, além dos maiores bancos comerciais, caiu em 2020 para 749 milhões de escudos (6,7 milhões de euros), menos 21,7% em relação ao período homólogo, enquanto os lucros recuaram 67,9%, para 79,6 milhões de escudos (717 mil euros).

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