Segundo o jornal, a sentença foi lida na quinta-feira e a tentativa de rapto deu-se em dezembro último.

O crime foi impedido por agentes do Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic), que detiveram os três homens.

"Pesaram muito para a condenação dos arguidos os seus antecedentes. São reincidentes e temos dito sempre que quem cumpre uma pena e é restituído à liberdade deve mudar de comportamento, mas não foi o que notámos neste caso", afirmou o juiz do caso, Martinho Muchiguere.

Muchiguere referia-se ao facto de os condenados terem anteriormente cumprido pena de prisão por envolvimento noutros delitos.

Na terça-feira, o Sernic anunciou a detenção de um suspeito de envolvimento no rapto de pelo menos quatro pessoas, entre empresários e seus familiares, na província de Maputo.

"Trata-se de um cidadão moçambicano de 38 anos e que foi detido em resultado de um mandado de busca e captura", explicou à Lusa Henrique Mendes, porta-voz do Sernic na província de Maputo.

Algumas cidades moçambicanas, principalmente as capitais provinciais, voltaram a ser afetadas desde 2020 por uma onda de raptos, visando principalmente empresários ou seus familiares.

Numa avaliação sobre a criminalidade, apresentada no início de junho, a procuradora-geral da República de Moçambique referiu que os crimes de rapto têm vindo a aumentar e os grupos criminosos têm ramificações transfronteiriças, mantendo células em países como África do Sul.

De acordo com Beatriz Buchili, foram registados 14 processos-crime por rapto em 2021, contra 18 em 2020, mas há outros casos que escapam à contabilidade oficial, sendo que na maioria o desfecho é desconhecido.

Em novembro de 2021, a Polícia da República de Moçambique lançou a formação de uma força mista para responder a este tipo de crime, um grupo de oficiais que estão a ser formados por especialistas ruandeses.

PMA (EYAC) // PJA

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