
Numa reunião na Sala Oval na Casa Branca com o chanceler alemão, Friedrich Merz, Trump comparou a guerra na Ucrânia - que a Rússia invadiu no início de 2022 - a uma luta entre duas crianças pequenas que se odeiam.
"Às vezes, é melhor deixá-las lutar durante algum tempo e depois separá-las", disse Trump.
Acrescentou que tinha transmitido essa analogia ao Presidente russo, Vladimir Putin, na conversa telefónica que mantiveram na quarta-feira.
O chefe de Estado norte-americano deixou ainda em cima da mesa a ameaça de sanções, afirmando que estas poderão ser impostas tanto à Rússia como à Ucrânia.
"No momento em que eu vir que não vai parar (a guerra), seremos muito, muito duros", disse Trump.
Donald Trump disse também hoje na Sala Oval que pediu a Putin que não respondesse ao ataque de 'drones' (aeronaves não-tripuladas) efetuado pela Ucrânia no passado fim de semana a vários aeródromos estratégicos russos.
"Disse [a Vladimir Putin]: 'Não o faça. Não deve fazê-lo. Deve parar'. Mas, mais uma vez, há muito ódio [entre a Ucrânia e a Rússia]", declarou o Presidente norte-americano, durante a visita do chanceler alemão à Casa Branca.
A Ucrânia atingiu aeronaves militares russas em vários aeródromos no passado fim de semana, a milhares de quilómetros das fronteiras do país, numa complexa operação de 'drones' carregados com explosivos.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após o desmoronamento da União Soviética - e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada por Moscovo em 2014.
As tropas russas, mais numerosas e mais bem equipadas, prosseguem o seu avanço na frente oriental, apesar da ofensiva ucraniana na Rússia, na região de Kursk, e da autorização dada à Ucrânia pelo então Presidente norte-americano cessante, Joe Biden, para utilizar mísseis de longo alcance fornecidos pelos Estados Unidos para atacar a Rússia.
As negociações entre as duas partes estavam completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território.
Antes de regressar à Casa Branca para um segundo mandato presidencial, Trump defendeu o fim imediato da guerra na Ucrânia, asseverando que o conseguiria em 24 horas, mas não foi bem-sucedido até à data.
A Ucrânia pede garantias sólidas de segurança aos seus aliados, para evitar que Moscovo volte a atacar, ao passo que a Rússia quer uma Ucrânia "desmilitarizada" e que entregue os territórios que a Rússia afirma ter anexado, o que Kiev considera inaceitável.
Entretanto, Moscovo e Kiev já realizaram este ano em Istambul, na Turquia, duas rondas de negociações diretas, as primeiras desde 2022.
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