Entre os detidos, quatro mulheres e duas mulheres, encontra-se a figura principal do grupo ativista 'Anda Pligu', Apolinário Zeferino.

Fonte policial adiantou que os seis detidos deverão ser presentes hoje ao Ministério Público.

Em comunicado colocado hoje na sua página oficial, o Comando Geral da Polícia Nacional acusa estes cidadãos de prática de ações que se "consubstanciavam como risco elevado de desordem pública e desobediência".

"Um grupo de cidadão decidiu, arbitrariamente, desobedecer às orientações definidas pelas proponentes da iniciativa (em concertação com a polícia) e iniciaram um cortejo pedestre passando pelo Palácio do Governo, pela sede da Emae (Empresa de Água e Eletricidade), em direção à Cadeia Central", explica a polícia são-tomense, em comunicado.

"Ação esta que fora imediatamente impedida por uma equipa da Polícia Nacional, pois consubstanciava-se como risco elevado de desordem pública e desobediência, deixando de ser uma manifestação pacífica", acrescenta o comunicado.

A Polícia Nacional lembrou que a manifestação contra a violência contra as mulheres tinha prevista uma concentração "apenas na Praça da Independência", conforme o pedido feito pelos seus organizadores.

"Por esta razão a polícia viu-se obrigada a mobilizar os seus efetivos de forma a conter os intentos dos manifestantes e repor a ordem pública, culminando com a detenção de seis pessoas, sendo quatro do sexto feminino e dois do sexo masculino, identificados como os instigadores desta desordem", indica a polícia.

De acordo com a polícia, depois da detenção, foi imposto o Termo de Identidade e Residência e os seis detidos foram "notificados para comparecer no dia seguinte nas instalações do comando para efeitos de tramitação dos expedientes legais".

A polícia diz que "está e estará sempre solidária" com as causas da prevenção e combate a qualquer tipo de violência, "com especial incidência para os casos de violência doméstica e abuso sexual de menor", mas defende que "tal exercício cívico deve respeitar sempre os preceitos legais".

Fonte policial adiantou à Lusa que os advogados dos detidos estão a negociar com a polícia uma eventual "apaziguação" do caso sem que o assunto chegue ao Ministério Público.

A manifestação na capital são-tomense reuniu cerca de 300 pessoas, que protestaram contra o crime de violência doméstica no país, na sequência do homicídio de uma mulher, no sábado passado, pelo ex-companheiro.

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