Com estes quatro novos óbitos, sobe para sete o número de vítimas mortais numa semana.

Fonte governamental reconheceu hoje à Lusa que é a primeira vez que São Tomé e Príncipe regista uma quantidade "tão elevada de óbitos num só dia", desde que surgiu a pandemia em meados de março do ano passado.

A porta-voz do Ministério da Saúde, Isabel dos Santos, disse hoje à imprensa que as quatro vítimas mortais são todas do distrito de Água Grande, p mais populoso do país e registado pelo Ministério da Saúde como sendo uma região de "muito alto risco".

Os quatro cidadãos tinham idades entre os 51 e os 81 anos.

Além disso, desde segunda-feira foram identificados 27 novos casos, elevando o total de pessoas infetadas pelo novo coronavírus para 1.655. Destas novas infeções pelo SARS-CoV-2, 26 ocorreram na ilha de São Tomé e uma na ilha do Príncipe.

Com estes novos números, aumentou para 358 o número total de pessoas sob vigilância domiciliar, havendo dez pacientes internados no hospital de campanha em São Tomé e 344 em isolamento domiciliar.

Na ilha do Príncipe não há pessoas internadas, mas quatro estão sob vigilância, em isolamento domiciliar.

Em São Tomé 14 pessoas foram dadas como recuperadas nas últimas 24 horas, elevando o total de pessoas recuperadas para 1.271.

Esses quatro óbitos acontecem menos de 24 horas depois de o primeiro ministro são-tomense efetuar uma visita ao hospital de campanha instalada no Centro de Estágios da Federação São-tomense de Futebol, na cidade de São Tomé, e os serviços sintomáticos respiratórios do principal hospital do país, Ayres de Menezes.

"Temos perdidos alguns parentes, temos perdido conterrâneos. Neste momento já estamos em mais de 20 mortos, é muito para uma população tão pequena como a nossa", lamentou Jorge Bom Jesus, que prometeu "redobrar esforços" porque "passado um ano, já não tem justificação" morrer tanta gente devido à covid-19.

O chefe do executivo lamentou também que o país esteja a registar "em média 20 a 30 casos por dia".

Jorge Bom Jesus reconheceu que o hospital de campanha e os serviços sintomáticos respiratórios têm "dificuldades a vários níveis".

"Nós estamos numa situação em que faltam recursos materiais, humanos e financeiros", disse Jorge Bom Jesus, considerando, contudo, que, com a experiência de cerca de um ano de pandemia no país, os profissionais de saúde têm "a obrigação de fazer melhor do que dantes".

"No passado estávamos todos nesta fase de aprendizagem, de ignorância total, mas hoje temos todos a obrigação de fazer um pouco mais e melhor, com mais técnica, mais apropriação da doença", explicou.

O objetivo de visitar estas duas instalações foi o de ver "qual é a margem de melhoria e os constrangimentos que existem".

Jorge Bom Jesus sublinhou a falta de oxigénio, água, ventilação como sendo os principais problemas com que se confrontam os dois hospitais e prometeu "intervir, ajudar o ministério da saúde a melhorar" o funcionamento destes setores.

"O condão da minha visita é precisamente para introduzirmos uma melhoria. A saúde é prioridade das prioridades, vida em primeiro lugar, o nosso compromisso é com a saúde das populações", defendeu o governante.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.474.437 mortos no mundo, resultantes de mais de 111 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 16.086 pessoas dos 799.106 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

MYB // JH

Lusa/fim