Diretor desde 2019 do FSIN, os serviços prisionais russos, Alexander Kalashnikov foi demitido do cargo e substituído pelo vice-ministro do Interior, Arkadi Gostev, um ex-polícia, segundo um decreto presidencial publicado no 'site' do Kremlin.

Kalashnikov é uma das pessoas que foi sujeita, este ano, a sanções da União Europeia, dos Estados Unidos e do Canadá, devido ao seu alegado papel no envenenamento do opositor de Putin, Alexei Navalny.

A substituição acontece no meio de um escândalo de tortura na prisão de Saratov, no centro da Rússia, que já levou à demissão de 18 funcionários e cinco oficiais do FSIN no local.

No início de outubro, a organização humanitária Gulagu.net publicou vídeos de maus-tratos aos presos, que terão sido obtidos através de um ex-detido bielorrusso.

Segundo a organização, o ex-recluso teve acesso às gravações durante a sua detenção quando entrou num computador com o pretexto de o arranjar. O homem já pediu asilo em França.

As imagens mostram violações de presos e torturas sistemáticas infligidas a detidos e várias investigações foram abertas após a divulgação dos vídeos.

As autoridades russas ainda iniciaram um processo e emitiram um mandado de prisão para o denunciante, Sergei Savalev, mas este conseguiu fugir para França.

O sistema prisional russo é regularmente abalado por escândalos sobre a existência de tortura aplicada de forma quase institucionalizada por guardas ou outros detidos por ordem deles, em particular para obter confissões.

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