Em declarações à Lusa, Alberto Machado considerou que a TAP está a "abandonar as comunidades portuguesas" com ligação ao Norte ao deixar de operar do Porto para cidades como Zurique ou Bruxelas, criando "Portugueses de primeira e portugueses de segunda" pelo que "já não serve a Portugal".

Na edição de hoje, o 'Jornal de Noticias' noticia que, face ao verão de 2019, a TAP vai operar menos sete rotas e oferecer menos 705 mil lugares a partir do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, ao contrário das principais companhias internacionais, que reforçam a presença a partir do Porto.

"Isto vem reforçar a ideia que já está, de certa forma, criada de que a TAP não serve os interesses dos portugueses porque de certa forma aliena o seu papel junto de um conjunto de aeroportos importantes, neste caso do Porto (...) para servir apenas e só o aeroporto de Lisboa", afirmou Alberto Machado.

Para o líder do PSD/Porto a TAP, "paga por todos os portugueses", está "a criar uma diferenciação que é completamente inadmissível".

Alberto Machado considerou "esta estratégia" da TAP "completamente inconcebível", salientando que "tem que ser rapidamente redefinida".

"Se somos todos a suportar os custos da TAP, todos temos que ser beneficiados de igual forma pela empresa. Se a TAP pretende operar apenas num determinado destino, então que se privatize a TAP porque a TAP já não serve Portugal, já não é a nossa empresa de bandeira", apontou.

O social-democrata lembrou ainda a importância das rotas da TAP para as comunidades de imigrantes: "Pelas rotas que nos são dadas a saber que vão ser extintas ou reduzidas, Luxemburgo, Genebra, Londres, Zurique, ou Bruxelas, milhares de portugueses que trabalham na emigração vão deixar de ter ligação direta ao Norte de Portugal", disse.

Portanto, explicou, "não só a TAP abandona o país, concentrando a sua atividade quase em exclusivo na cidade de Lisboa, como abandona também as comunidades portuguesas que deixam de ter uma ligação direta a aeroportos que lhes permitem chegar mais rapidamente às suas terras natal".

O PSD garante que vai levar o assunto a discussão no Parlamento.

"Certamente será um dos assuntos que colocaremos em cima da mesa para, o mais rapidamente possível na Assembleia da República fazermos as diligências necessárias para que o Governo possa intervir nesta situação porque não nos parece que faça sentido algum", afirmou.

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