O grupo de trabalho foi constituído pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIMRC), Câmara Municipal, CP e Metro Mondego, cujo relatório final, entregue recentemente ao Governo foi hoje discutido em reunião do executivo do município.

O documento, que a agência Lusa consultou, defende que a estrutura societária dessa futura entidade deverá ser constituída pelas várias autoridades de transportes na região de Coimbra (Estado, CIMRC e Câmara Municipal), tendo sido consensual a não participação do Estado nos órgãos sociais da futura AGIT - Agência para a Gestão Intermodal no Território da Região de Coimbra.

"Falamos de um território vasto, em Coimbra, em que operam desde privados a públicos. Temos os SMTUC [Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra], a CP, transportes alternativos geridos pela Metro Mondego e a Transdev [operador privado], que responde a muitos dos serviços que são responsabilidade da CIM", explicou a vereadora com o pelouro dos transportes, Ana Bastos, realçando que essa futura entidade estaria acima de todas as outras autoridades de transporte municipal.

Admitindo que o processo ainda está numa fase muito incipiente, a também presidente dos SMTUC salientou que essa nova entidade não irá criar novos transportes, mas sim assumir como o seu grande objetivo "e gerir os preços dos bilhetes e avançar para um bilhete único, que seja intermodal".

"Queremos que se possa sair de um determinado operador, andar nos SMTUC, apanhar o comboio e não ter que se pagar mais por isso. A entidade terá funções de gerir a intermodalidade e a articulação dos vários transportes oferecidos no concelho, com um sistema de bilhética justo, competitivo e que agregue as várias autoridades", realçou a vereadora eleita pela coligação Juntos Somos Coimbra.

Para Ana Bastos, este será "um primeiro passo" para tornar a região de Coimbra numa área metropolitana, uma medida que "se impõe para o desenvolvimento económico da região Centro".

Questionada pela agência Lusa no final da reunião, a vereadora referiu que ainda não está definido um calendário para a criação da empresa.

A vereadora do PS Regina Bento sublinhou a importância da população poder usar "um único passe ou bilhete" para andar de transportes públicos em Coimbra, independentemente do operador, mas deixou "algumas reservas" por o Estado ficar de fora da futura entidade.

"O Estado é a autoridade de transporte que tutela dois dos operadores, a Metro Mondego e a CP", notou, frisando ainda a necessidade de serem asseguradas formas de financiamento por parte do Estado central.

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