"Foi com sentimento de dor e consternação que eu e a minha família tomámos conhecimento" da morte do ex-Presidente da República Evaristo Carvalho, escreveu Delfim Neves numa nota divulgada no Facebook.

O presidente do parlamento refere que ele e a sua família lamentam "esta perda irreparável" e rendem "homenagem a esta grande figura que muito fez incansavelmente de forma abnegada, deu o seu contributo para a expansão executiva a nível nacional e internacional".

"Evaristo Carvalho é e será sempre lembrado como um grande homem trabalhador, humilde, e de fácil trato, pois deixa um legado ímpar, que deve servir como exemplo as futuras gerações", completou Delfim Neves, endereçando as "mais sentidas e profundas condolências" à família enlutada.

O ex-Presidente de São Tomé e Príncipe Evaristo Carvalho morreu no sábado, aos 80 anos, em Lisboa, vítima de doença prolongada, disse à Lusa fonte familiar.

O antigo chefe de Estado são-tomense (2016-2021) estava internado num hospital em Lisboa e faleceu cerca das 22:00 de sábado.

O Governo de São Tomé decretou cinco dias de luto nacional para "prestar tributo" ao ex-Presidente, considerando-o "figura ímpar do panorama político e da administração pública" do país.

"Será sempre lembrado como homem íntegro, de diálogo e amigo do seu povo, tendo-se revelado durante toda a sua vida como grande figura do Estado e nacionalista", disse o secretário de Estado da Comunicação Social, Adelino Lucas, na leitura do comunicado do Conselho de Ministros de sábado.

O Governo decidiu que durante o período de luto "a bandeira nacional deverá manter-se a meia-haste" e ficam proibidas "a prática de atividades desportivas, atuação dos conjuntos e bandas musicais, discotecas e demais atividades recreativas", exceto as atividades do Dia Internacional da Criança, "considerando o significado cultural e histórico" que o dia representa para as crianças são-tomenses.

Eleito Presidente de São Tomé e Príncipe em 18 de julho de 2016, Evaristo Carvalho exerceu o mandato até 02 de outubro de 2021, quando foi sucedido por Carlos Vila Nova.

Pai de 25 filhos, Evaristo Carvalho era um histórico da política são-tomense, tendo sido, por duas ocasiões, primeiro-ministro em governos de iniciativa presidencial. Foi também presidente da Assembleia Nacional, ministro e deputado.

Técnico de agricultura, Evaristo Carvalho começou por ser um quadro do partido único - Movimento para a Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata (MLSTP-PSD) - após a independência e até ao início do multipartidarismo, na década de 1990.

Foi chefe de gabinete de Miguel Trovoada quando este foi Presidente da República e aderiu ao Ação Democrática Independente (ADI), partido hoje liderado pelo filho daquele e antigo primeiro-ministro, Patrice Trovoada.

 

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