
Quando Filipe Nyusi "entender adequado, conta com a minha disponibilidade para esse efeito", referiu, frisando aos jornalistas que respeita a "soberania dos Estados".
"Não cabe a um presidente estrangeiro dizer: olhe, eu quero visitar esta parte do território do seu país, não se importa de me convidar", referiu, sem querer falar em datas.
Durante a tarde, à saída de um 'resort' à beira-mar que inaugurou ao lado de Nyusi, na província de Maputo, perspetivou agosto para a próxima deslocação a Moçambique, mas para já com um único ponto em agenda.
"Tenho uma cerimónia na catedral de Quelimane", capital provincial da Zambézia, centro do país, "que vai ser reaberta depois de restaurada", explicou.
Mais tarde acrescentaria que, "o que se passará em agosto, veremos", sem mais pormenores.
A província de Cabo Delgado fica 2.000 quilómetros a norte de Maputo e é atingida desde 2017 por uma insurgência armada que já fez mais de 3.100 mortos, provocando uma crise humanitária com cerca de 860.000 deslocados.
Marcelo Rebelo de Sousa escusou-se a detalhar se falou de outros assuntos de segurança com o seu homólogo moçambicano, nomeadamente sobre uma onda de raptos no país contra empresários e familiares - que embora em menor número, também já tocou a portugueses - ou o caso de Américo Sebastião, desaparecido desde 2016.
"Nós falámos de todas as questões que eram do interesse de Moçambique e de Portugal e, portanto, isto cobre todas as matérias relevantes nas relações entre os dois países", referiu após questionado sobre os dois temas.
Uma mulher de 49 anos residente no norte de Moçambique e com nacionalidade portuguesa foi raptada a 13 de abril de 2021 ao sair do Consulado Geral de Portugal em Maputo e libertada a 28 de maio, sem que tenham sido divulgados detalhes.
Entretanto, o consulado reforçou a segurança nas instalações.
Em novembro de 2020, Jessica Pequeno, portuguesa de 27 anos, filha de um casal proprietário de um restaurante nos subúrbios de Maputo, esteve sequestrada durante três dias, sendo também desconhecidos pormenores da libertação.
Outros dois raptos envolvendo empresários portugueses aconteceram em novembro de 2018 e agosto de 2019.
Continua igualmente por esclarecer o rapto do empresário Américo Sebastião, levado de uma estação de abastecimento de combustíveis na manhã de 29 de julho de 2016, em Nhamapadza, distrito de Maringué, no centro do Moçambique, por homens fardados, que o algemaram e colocaram dentro de uma de duas viaturas descaracterizadas.
Segundo a família do empresário, os raptores usaram os cartões de débito e crédito para levantarem "4.000 euros" e nunca mais se soube do paradeiro da vítima.
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