
"Cada um de vocês deve ser um ator ativo no estudo dos fenómenos sociais que colocam em causa a nossa soberania", disse Filipe Nyusi, dirigindo-se a um grupo de 200 oficiais superiores graduados pela Academia de Ciências Policiais, nos arredores de Maputo.
Para o chefe de Estado, a eficácia dos resultados nas operações para repor a paz no Centro e Norte de Moçambique passa por uma abordagem científica e, para que se alcance este objetivo, a formação é fundamental.
"Vocês estão autorizados a saberem porque é que há terrorismo no Norte e porque é que grupos armados têm protagonizado ataques contra populações no Centro de Moçambique. Vocês têm a ferramenta científica para fazer esta análise", frisou o chefe de Estado.
Segundo Filipe Nyusi, a complexidade e as conexões transfronteiriças dos grupos criminosos atualmente impõem novos desafios às Forças de Defesa e Segurança, que hoje enfrentam uma "criminalidade sofisticada e transfronteiriça".
"Esta complexidade impele às Forças de Defesa e Segurança e ao Estado novas formas de agir", acrescentou o Presidente moçambicano.
As Forças de Defesa e Segurança de Moçambique desdobram-se em operações para travar os grupos armados que têm protagonizado ataques há três anos em alguns distritos da província de Cabo Delgado, Norte de Moçambique.
A violência em Cabo Delgado, onde se desenvolve o maior investimento multinacional privado de África, para a exploração de gás natural, está a provocar uma crise humanitária com mais de duas mil mortes e 670 mil pessoas deslocadas, sem habitação, nem alimentos.
Além das operações em Cabo Delgado, as autoridades moçambicanas perseguem um grupo dissidente do principal partido de oposição (Renamo) no Centro de Moçambique desde agosto de 2019.
As incursões do grupo, autoproclamado Junta Militar da Renamo, têm como alvo civis e as forças governamentais e já provocaram a morte de, pelo menos, 30 pessoas em estradas e povoações das províncias de Manica e Sofala, Centro de Moçambique.
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