"Pedi ao Presidente [do governo espanhol] Pedro Sánchez para falar com o atual Governo de Portugal (...) e ele tentará ajudar-nos com um objetivo: que o senhor Marín venha cumprir as suas penas aqui e diga toda a verdade, seja ela qual for", afirmou Petro num discurso, sem especificar quando falou com Madrid.

Marín foi detido em dezembro passado no norte de Portugal, depois de ter fugido de Espanha.

Antes de ser detido em Portugal, Marín esteve preso em Espanha, mas fugiu para o território português após ser libertado, enquanto aguardava decisão sobre o seu processo de extradição.

Diego Marín foi detido a 05 de abril de 2024 na cidade valenciana de Gandía e foi presente a um juiz do Tribunal Nacional espanhol, que ordenou a sua libertação com medidas cautelares como a retirada do seu passaporte e a obrigação de se apresentar de 15 em 15 dias enquanto o pedido de extradição estivesse a ser tratado.

As autoridades colombianas pedem a sua extradição sob a acusação de contrabando, suborno e participação numa organização criminosa.

"Diego Marín era o maior contrabandista e branqueador de capitais do mundo, de nacionalidade colombiana e espanhola. Pedi ao Presidente Pedro Sánchez, enquanto ele [Marín] estava refugiado em Espanha porque alguém lhe disse que o íamos capturar na Colômbia, que nos ajudasse a capturá-lo, e ele ajudou", sublinhou Petro na terça-feira.

De acordo com uma publicação na revista Cambio, em fevereiro passado, a campanha eleitoral do atual presidente colombiano foi infiltrada pelo 'Papa Smurf', que contribuiu com 500 milhões de pesos (cerca de 106.000 euros).

Esse dinheiro terá sido recebido pelo empresário e político catalão Xavier Vendrell, e este tê-lo-á alegadamente devolvido algum tempo depois por ordem de Petro.

O chefe de Estado colombiano reiterou por diversas vezes que não tem ligações com o "Papa Smurf", embora tenha reconhecido em fevereiro que viu Marín "uma vez", quando lhe foi apresentado "com outros senhores, como empresário do Sanandresito" - como são conhecidas na Colômbia algumas lojas que originalmente vendiam produtos importados com isenção de impostos por terem entrado no país através da ilha de San Andrés.

Nessa reunião, explicou Petro em fevereiro, estava também o espanhol Vendrell, que foi quem, no início de 2022, recebeu uma pasta com o dinheiro fornecido por Marín.

"Sabemos que o senhor Marín tentou, durante a campanha, infiltrar-se através dos meus familiares e nunca conseguiu. Mesmo quando chegaram os 'famosos 500 milhões', obrigámo-los a devolver o dinheiro", sublinhou o líder colombiano.

JPI // APL

Lusa/Fim