"Tudo indica que nos aproximamos da derradeira fase do processo de ajustamento de quadros, o despedimento coletivo. Para a TAP trata-se de uma inevitabilidade, mas para o SPAC trata-se de um processo perfeitamente evitável", lê-se na carta dirigida ao presidente do Conselho de Administração, Miguel Frasquilho, e ao presidente da Comissão Executiva, Ramiro Sequeira, a que a Lusa teve acesso.

No documento, o sindicato volta a contestar os números apresentados pela consultora BCG que são a base do plano de reestruturação da TAP, sublinhando que as métricas usadas para o cálculo do número de pilotos necessários à operação "estão completamente desfasados da realidade, bem como as métricas financeiras subsequentes".

"Da mesma forma, alguns dos critérios usados pela BCG para determinar quais os pilotos em excesso são inaceitáveis para o SPAC", pode ler-se na carta.

Além disso, continua o sindicato, "há soluções benéficas para ambas as partes que foram propositadamente acauteladas no Acordo de Emergência e que deviam ser consideradas, mas que estão aparentemente a ser desperdiçadas pela TAP, na sua cegueira em relação a tudo o que não tenha a chancela da BCG".

Para o sindicato "não há inevitabilidades mas sim soluções, pelo que o ajuste de quadros sem qualquer despedimento coletivo poderá e deverá ainda ser atingido entre o SPAC e a TAP, bastando que esta se liberte das amarras que a subjugam aos critérios e algoritmo defendidos pela BCG".

O Acordo de Emergência "prevê soluções simbióticas que não devem ser desperdiçadas por mera obstinação programática", defende o sindicato.

"Recordamos que já em 2015 a BCG elaborou o 'Projeto RISE' que foi rejeitado tanto pelo acionista Estado como pelos acionistas privados que lhe sucederam poucos meses depois e conduziram a empresa num caminho diametralmente oposto a esse projeto", pode ler-se no documento.

DF // CSJ

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