Das vítimas, quatro professores eram de Muidumbe e os restantes dos distritos de Nangade, Palma e Macomia, disse Gina Guibunda, porta-voz do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (Minedh) de Moçambique.

"A situação afetou mais os distritos a norte de Cabo Delgado, onde ocorreram os ataques. Nos outros distritos as aulas decorreram normalmente", referiu a porta-voz, acrescentando que além dos professores mortos, outros 2.074 foram afetados pela violência armada, tendo sido obrigados a abandonar as suas regiões de origem.

Segundo a responsável, um total de 46 escolas, 104 salas de aulas, 30 blocos administrativos e cinco edifícios dos serviços distritais de educação, juventude e tecnologia foram destruídos na sequência dos ataques.

"Ao longo do ano 2021, não houve aulas em 385 escolas, havendo, no último trimestre, 166 que conseguiram retomar", acrescentou Gina Guibunda.

De acordo com o Minedh, um total de 1.600 professores foram reintegrados no sistema de educação nas regiões e províncias para onde fugiram da violência.

Sem avançar detalhes, Gina Guibunda disse que se prevê, neste ano, a construção e reabilitação de escolas primárias e secundárias, no âmbito do Projeto de Reconstrução de Cabo Delgado, referindo que as escolas primárias foram as mais afetadas pela insurgência.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, de acordo com as autoridades moçambicanas.

Desde julho, uma ofensiva das tropas governamentais com apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral permitiu aumentar a segurança, recuperando várias zonas aos rebeldes, nomeadamente a vila de Mocímboa da Praia, que estava ocupada desde agosto de 2020.

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