
A classificação surge num decreto executivo de 28 de setembro, assinado pela ministra da Cultura, Rosa Cruz e Silva, ao qual a Lusa teve hoje acesso, em que se sublinha a "importância do acervo de valor patrimonial situado no abrigo da Pedra Laúca, ligado às redes de fixação humana em épocas já bastante recuadas, no corredor do Kwanza".
Envolvente à zona onde decorre atualmente a construção da maior barragem de Angola, o Aproveitamento Hidroelétrico de Laúca, a área tem referências históricas ao antigo reino do Ndongo, por ter acolhido diversas caravanas dos monarcas da região, bem como a relação com séculos de ocupação colonial portuguesa.
"Reconhecendo a necessidade de se promover o seu reconhecimento como importante testemunho para o estudo da história e culturas dos povos daquela região", lê-se no texto do decreto.
A decisão obriga ainda a estabelecer uma zona de proteção naquela vasta área, situada na comuna de São Pedro de Kilemba, na província do Cuanza Norte, caracterizado por uma rede de sítios arqueológicos, estruturas amuralhadas ou fortificadas, túmulos megalíticos e grutas com vário espólio.
A classificação surge associada às obras de construção da barragem de Laúca, considerada a maior obra pública angolana, que envolve mais de 7.000 trabalhadores.
Localizada no município de Cambambe, a barragem foi encomendada pelo Estado angolano por 4,3 mil milhões de dólares (3,8 mil milhões de euros) aos brasileiros da Odebrecht, envolvendo financiamento da linha de crédito do Brasil, e vai servir cinco milhões de pessoas.
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