
O aviso foi deixado pelo deputado comunista António Filipe, na abertura de um debate, no parlamento, marcado pelo PCP, sobre a soberania alimentar, produção e emprego, muito centrado nos efeitos do surto epidémico de covid-19 e o pós-pandemia.
António Filipe afirmou que o país deve evitar soluções de resposta ao surto idênticas aos tempos da "troika" (2009-2015) e afirmou que os "arautos da austeridade já veem na crise económica gerada pela pandemia uma nova justificação para impor de novo as medidas de exploração e empobrecimento".
"A oferta, a aceitação e o alto patrocínio do regresso a um bloco central de má memória, faz recear o pior", ou seja, o "caminho seguido, de subserviência perante o caminho que o grande capital nacional e transnacional" faça entrar o país "num novo ciclo de retrocesso económico e social", disse.
O que Portugal precisa, contrapôs, é "por em marcha um verdadeiro programa de desenvolvimento do país" e dar uma resposta aos problemas, que enumerou em oito pontos, a começar pela "valorização do trabalho e dos trabalhadores, dos seus salários, direitos e carreiras".
Depois, é preciso um "reforço do Serviço Nacional de Saúde e dos demais serviços públicos em meios humanos e materiais", e "um forte setor empresarial do Estado que contribua para a modernização do aparelho produtivo", além "do controlo público do setor financeiro".
Em quinto lugar, fez a defesa "da agricultura, da pesca e da produção nacional com capacidade para abastecer o País, do "decisivo reforço do investimento público e do investimento produtivo, que incremente a capacidade produtiva instalada, a produtividade e a produção nacionais".
A sétima é a "necessidade da proteção do ambiente, dos ecossistemas e da biodiversidade" e, por fim, a oitava: a "concretização de uma justiça independente e acessível a todos, do combate à corrupção, da defesa do regime democrático e do cumprimento da Constituição".
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Lusa/fim