A bem ou a mal, a última vaga nas meias do Mundial de Clubes seria sempre do Real... O gigante de Madrid voltou a reagir bem ao calor norte-americano e deu mais um passo seguro em direção às decisões com um triunfo por 3-2 sobre o Borussia Dortmund.

Mais do que os galáticos, que tantas vezes escrevem a história das vitórias blancas, desta vez foi a prata da casa, ainda sem garantias de futuro no plantel, que aproximou a equipa do ouro. A reação chegou tarde, mas a sua força foi inquestionável e por muito pouco não vimos o jogo a ir a prolongamento com os alemães em vantagem numérica. Foram três golos nos descontos!

Com este triunfo, o Real marca encontro de titãs com o PSG nas meias-finais desta prova internacional. Esse duelo será jogado na quarta-feira, um dia depois do confronto entre Palmeiras e Chelsea.

Pela graça dos Garcías

No reencontro entre velhos conhecidos, que já se defrontaram numa fase inicial da temporada (5-2) e até na final da Liga dos Campeões do ano passado (2-0), foi o favorito que levou esse estatuto da esfera teórica ao plano prático com uma exibição dominante em Nova Jérsia.

E o domínio teve tradução para o marcador! Não através dos galáticos nem das superestrelas, mas sim dos dois nomes mais humildes no lado espanhol da ficha de jogo. Os Garcías, podemos assim dizer.

Os marcadores dos primeiros dois golos @Getty /

Primeiro marcou Gonzalo, o García que tem aproveitado a ausência de Mbappé para se anunciar ao mundo e garantir, com golos, uma vaga no plantel de Xabi Alonso. Será ele, ponta de lança de 21 anos formado nos merengues, uma espécie de novo Joselu? Não sabemos, mas a forma como ataca a bola para fazer o 1-0 aos 10 minutos, após cruzamento de Güler, vale - senão um lugar no plantel a longo prazo - a liderança na lista de melhores marcadores deste Mundial, em igualdade com Di María e Marcos Leonardo.

Depois, Francisco. Ou Fran García. Também ele tem aproveitado esta nova competição para se impor e parece justificar cada vez mais o lugar que ocupa no plantel do Real Madrid, com a necessidade da contratação de Álvaro Carreras a decrescer lentamente. O esquerdino de 25 anos fez o 2-0 aos 20 minutos, após uma boa incursão interior de Alexander-Arnold, o outro lateral.

Descontosque valem a compra do bilhete

A vantagem dupla numa fase precoce do jogo, aliada ao domínio sobre o adversário, gerou uma série de «olés» nas bancadas de um estádio pintado quase exclusivamente de branco. O Dortmund precisava de evitar a humilhação e a verdade é que consguiu colocar algum gelo no jogo, ainda que as maiores chances tenham sido, ainda assim, de Jude Bellingham (o irmão Jobe falhou o jogo por suspensão) e de Vinícius Júnior.

Foi ao intervalo que Nico Kovac fez mudanças maiores na sua equipa, numa tentativa de reentrar na discussão do jogo. A tripla alteração tornou-o mais dividido, com Maximilian Beier em particular a entrar bem e a tentar levar os alemães para a frente. Quando conseguiu fazê-lo, ainda assim, Courtois esteve sempre presente.

Golo acrobático não fechou o jogo totalmente... @Getty /

Foi só nos descontos que o marcador voltou a mexer e certamente ninguém esperava que o fizesse tantas vezes! Beier conseguiu marcar com uma fantástica finalização aos 90+3, mas uma resposta acrobática de Mbappé ao cruzamento de Güler, um minuto depois, foi duro golpe para a formação amarela.

Com 3-1 a segundos do fim, tudo parecia resolvido, ainda que o duelo dos quartos reservasse mais história! O reforço Huijsen agarrou Serhou Guirassy no interior da área, foi expulso, e o ponta de lança do Dortmund converteu o penálti resultante (também ele chega aos quatro golos). Houve uma última chance, mas Courtois voou para evitar que Sabitzer levasse o jogo a prolongamento. Só o apito final travou a loucura.