
Sua Beatitude Sviatoslav Shevchuk disse que convidou Leão XIV a visitar a Ucrânia e apresentou ao Papa uma lista de prisioneiros detidos pela Rússia.
O Vaticano, sob a égide do falecido Papa Francisco, tinha trabalhado na troca de prisioneiros, bem como no regresso de crianças ucranianas levadas para territórios ocupados pela Rússia.
A Santa Sè não divulgou qualquer declaração após a audiência, uma das primeiras audiências privadas realizadas por Leão desde a sua eleição a 08 de maio.
Na sua primeira bênção dominical como Papa, e novamente durante uma audiência com peregrinos de igrejas de rito oriental esta semana, Leão apelou ao fim da guerra e expressou solidariedade para com o povo ucraniano.
"Trago no meu coração os sofrimentos do querido povo ucraniano. Que se faça tudo o que for possível para alcançar uma paz genuína, justa e duradoura o mais depressa possível. Que todos os prisioneiros sejam libertados e que as crianças regressem às suas famílias", disse no domingo.
O secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, disse que era "prematuro" pensar numa possível visita papal a Kiev, que o Presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyytambém tinha sugerido durante um primeiro telefonema com Leão na segunda-feira.
O Vaticano tem uma tradição de neutralidade diplomática e Leão prometeu "todos os esforços" para tentar levar a Rússia e a Ucrânia à mesa das negociações.
"A Santa Sé está sempre pronta a ajudar a reunir os inimigos, cara a cara, para falarem uns com os outros, para que os povos de todo o mundo possam voltar a encontrar esperança e recuperar a dignidade que merecem, a dignidade da paz", afirmou o Papa na quarta-feira.
Marcando as relações bilaterais do primeiro Papa norte-americano, vários líderes mundiais estão em Roma no domingo, para a missa de inauguração do pontificado de Leão XIV.
O rito que será seguido no início do pontificado começará com uma oração junto ao túmulo de São Pedro, na cripta da principal Basílica do Vaticano, na qual Leão XIV será acompanhado pelos patriarcas e arcebispos maiores das Igrejas Católicas de rito oriental.
Em seguida, em procissão, o pontífice subirá à basílica e sairá para a Praça de São Pedro, onde lhe será entregue o pálio e o anel do Pescador, após o que terá início a missa perante mais de 150 delegações internacionais e cerca de 200.000 fiéis.
A lista de dignitários estrangeiros ainda não foi divulgada, mas alguns já anunciaram a presença na missa, como o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, ou os reis Felipe VI e Letícia de Espanha.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, é outra das presenças confirmadas até agora, segundo a agência de notícias espanhola EFE.
A mesma agência também noticiou a participação dos Presidentes de Israel, Isaac Herzog, da Argentina, Javier Milei, e do Paraguai, Santiago Peña.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, aproveitará a presença em Roma de alguns dos convidados para encontros bilaterais, incluindo dois chefes de Governo que acabam de chegar ao poder, o canadiano Mark Carney e o alemão Friedrich Merz.
Meloni também receberá o Presidente do Líbano, Joseph Aoun, segundo a EFE.
O príncipe Eduardo, duque de Edimburgo, representará o monarca britânico, anunciou o Palácio de Buckingham, segundo a estação de televisão Sky News.
Os Estados Unidos vão enviar o vice-presidente JD Vance com a segunda-dama, Usha Vance, e o chefe da diplomacia, Marco Rubio.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, sinalizou o interesse em participar na missa.
O chefe do gabinete presidencial, Andriy Yermak, admitiu que Zelensky poderá encontrar-se com Leão XIV e outros líderes, mas lembrou que a guerra com a Rússia determina a agenda do chefe de Estado.
Zelensky esteve no Vaticano no funeral do Papa Francisco, em 26 de abril, e reuniu-se com o Presidente norte-americano, Donald Trump, que também se deslocou ao Vaticano para as exéquias do antecessor argentino de Leão XIV.
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