O novo uniforme -- obrigatório a partir deste ano letivo para os alunos do 1.º, 5.º, 7.º e 10.º ano -- foi hoje a grande novidade na abertura do ano letivo na Escola Portuguesa de Macau (EPM), um produto concebido com a ajuda da 'designer' local Bárbara de Oliveira Dias, em que os alunos foram convidados a ter voto na matéria.

"Pareceu-nos hoje que toda a gente estava satisfeita, que era do agrado de todos", disse a vice-presidente da direção da EPM, Zélia Mieiro, referindo-se ao novo uniforme, realçando que houve até alunas que não precisavam de comprar a saia nova, mas que optaram por o fazer.

As tonalidades do azulejo, azul e amarelo, que caraterizam parte do exterior da Escola Portuguesa de Macau figuram como o ponto forte de um uniforme que surge ao fim de 17 anos e que representa, portanto, a primeira mudança desde a fundação da escola.

"Era para fazermos muitas coisas metendo azulejos, mas queríamos que os alunos gostassem. Por isso, fomos ouvindo e alterando consoante as opiniões deles, num processo que, por isso, demorou dois anos", contou Zélia Mieiro à agência Lusa, destacando a aposta feita na "boa qualidade dos tecidos" da nova indumentária, cujo modelo espera que permaneça por 15 anos.

Mas quanto pesa um uniforme no orçamento familiar? Zélia Mieiro fez as contas para um aluno do 1.º ciclo: Calções, pólo, meias, sapatos e t-shirt e calções para educação física custam aproximadamente 650 patacas (73 euros).

A estimativa refere-se apenas ao uniforme de verão, como ressalvou Zélia Mieiro, explicando que as outras peças para a época de inverno -- como casacos -- vão sendo adquiridas à medida das necessidades.

Existem muitas lojas de uniformes em Macau. Normalmente as escolas recomendam aquelas onde se podem comprar os seus.

Numa visita a um desses estabelecimentos, localizados no centro da cidade, que disponibilizava a indumentária de cinco escolas diferentes, os preços dos uniformes, incluindo o conjunto de inverno, variavam entre 550 e 850 patacas (entre 61,7 e 95,3 euros), dependendo também, naturalmente, dos tamanhos.

Uma despesa a somar, portanto, aos livros e aos materiais escolares que surge agregada a cada mudança de ciclo.

Segundo dados facultados pela Direção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) à agência Lusa, todas as atuais 77 escolas de Macau (públicas e privadas) exigem que os alunos usem uniformes escolares para as aulas.

Antes da transferência do exercício de soberania de Macau, em 1999, também já eram poucas as que não exigiam.

O ano letivo começou hoje na Escola Portuguesa de Macau (EPM), mas a maioria das escolas de Macau (63 em 77) abriu portas a 01 de setembro.

A Escola Portuguesa abriu com 552 alunos matriculados, mais 19 do que os contabilizados no ano passado pela mesma altura, um número que, segundo diz a prática, vai aumentando sempre ao longo do ano.

As escolas de Macau iniciaram o ano letivo de 2016/2017 com aproximadamente 77.029 alunos, mais 2,9%, que, desde a semana passada, andam pelas ruas todos iguais, mas todos diferentes.

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