Do total de 5.221 elementos a abranger, 4.002 já entregaram as armas, referiu.

A Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) é hoje o principal partido da oposição.

"Prevemos até ao final do presente ano a conclusão do processo de DDR (desarmamento, desmobilização e reintegração), o que constitui um marco importante da implementação do acordo de paz e reconciliação nacional, assinado a 06 de agosto de 2019 entre o Governo de Moçambique e a Renamo", referiu.

Adriano Maleiane falava durante a intervenção reservada a Moçambique no debate da 77.ª sessão da Assembleia-Geral das Nações Unidas.

O anúncio está em linha com a declaração do Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, que em maio referiu que todas as bases militares da Renamo deverão estar encerradas até final de 2022.

"Com a conclusão desta etapa, mudará o foco" do processo, referiu hoje Maleiane, salientando que as atenções passarão a estar centradas "numa reintegração a longo prazo e uma reconciliação mais efetiva".

"São fatores essenciais para garantir a sustentabilidade do processo de paz e de consolidação da unidade nacional", acrescentou.

Durante o discurso em Nova Iorque, Adriano Maleiane agradeceu a eleição unânime de Moçambique como membro não-permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, lugar que ocupará durante os anos de 2023 e 2024.

No cargo, o país vai defender "o diálogo" e "ações multilaterais concertadas" para promoção da paz e resolução de conflitos, referiu, ferramentas que considera importantes na atualidade para acabar com problemas de abastecimento nos mercados globais, acrescentou -- mas sem nunca fazer referências diretas à guerra na Ucrânia.

No início de março, poucos dias após o início da invasão russa, a esmagadora maioria dos Estados-membros na Assembleia-Geral das Nações Unidas -- 141 dos 193 -- condenou a ação de Moscovo, com Moçambique e Angola entre os países que se abstiveram.

Antes de terminar a invenção como parte da Assembleia-Geral das Nações Unidas, o primeiro-ministro moçambicano recordou ainda os eventos meteorológicos extremos que têm atingido o país (como ciclones e cheias), de forma mais severa nos últimos anos, para lançar um apelo.

"Apelamos à comunidade internacional a juntar-se ao esforço de Moçambique e de todos os países de África com vista a criar resiliência e capacidade de adaptação às mudanças climáticas no quadro do acordo de Paris", referiu.

LFO // CSJ

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