
"Em relação aos factos noticiados no dia de hoje, trago os seguintes esclarecimentos: autorizei em 2021 o uso de minha imagem para a produção de algumas Bíblias para distribuição gratuita em um evento de cunho religioso", escreveu Ribeiro na rede social Twitter.
"Contudo, descobri no final de outubro de 2021 que Bíblias com minha imagem foram distribuídas em outros eventos sem a minha autorização", completou.
Ribeiro afirmou ainda que atuou com diligência e de forma tempestiva para evitar o uso indevido de sua imagem e que enviou, em 26 de outubro de 2021, um ofício desautorizando a distribuição dos exemplares da Bíblia e divulgou fotos de documentos que alegadamente provariam suas afirmações.
O jornal O Estado de S.Paulo informou hoje que exemplares da Bíblia com fotografias do ministro, dos pastores evangélicos Gilmar Santos e Arilton Moura, da Igreja Ministério Cristo para Todos -- alvos de investigação por suposta atuação ilegal intermediando libertações de verbas do Ministério da Educação em troca de suborno --, foram distribuídos num encontro com prefeitos e secretários municipais organizado pelo Ministério da Educação em 2021, no estado brasileiro do Pará.
Na semana passada, o jornal O Globo publicou relatos de prefeitos brasileiros que disseram ter recebido pedidos de suborno dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura na forma da compra de livros e dinheiro para igrejas em troca de libertação de verbas públicas do Ministério da Educação destinadas à construção de escolas.
As acusações contra os pastores evangélicos e membros do Governo atuando em conjunto para alegadamente favorecer igrejas se tornaram um escândalo no Brasil após a revelação de um áudio, na segunda-feira da semana passada, em que o ministro da Educação, que também é pastor evangélico presbiteriano, assegura que o orçamento público da pasta que comanda teria entre suas prioridades promover projetos de igrejas evangélicas ligados ao Governo.
"Minha prioridade é atender, em primeiro lugar, os municípios que mais precisam e, em segundo lugar, atender a todos aqueles que são amigos do pastor Gilmar", disse Ribeiro em conversa veiculada pelo Folha de S.Paulo.
O Supremo Tribunal Federal autorizou a Procuradoria-Geral da República a abrir uma investigação contra o ministro pela suposta existência de um gabinete paralelo na pasta da Educação.
No entanto, o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, mantém Ribeiro no cargo e já avaliou que não ocorreu nenhuma irregularidade no Ministério da Educação durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais.
Os 'media' locais informam, porém, que Bolsonaro está a ser pressionado e deve afastar ou demitir Ribeiro para tentar evitar que o caso tenha repercussão negativa na imagem do Presidente, que tentará a reeleição em outubro.
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