
"Sabemos pelos relatórios que, até agora, as unidades que nós treinámos estão a cumprir as suas obrigações do ponto de vista dos direitos humanos", referiu em conferência de imprensa.
Além de grupos terroristas, militares moçambicanos têm sido também apontados por várias organizações e pelas próprias autoridades do país como suspeitos de violação dos direitos humanos.
Borrell foi questionado pelos jornalistas sobre se a UE estava certa de estar a treinar soldados que respeitem a população e o alto representante referiu que esse é um assunto em foco.
"Parte do treino serve para educar os militares em respeitar os direitos humanos e a lei internacional", sublinhou Borrell.
"Estamos vigilantes e a colocar muita ênfase em que os formados recebam formação e informação sobre como se comportar. Esta não é uma guerra convencional, como na Ucrânia, é mais como uma guerrilha", acrescentou, mas seja qual for o cenário "os direitos humanos têm de ser respeitados".
O alto representante acrescentou que a UE cancelou a missão de treino no Mali quando deixou de ter certeza se os militares cumpririam com essa obrigação.
"Cancelámos a missão de treino no Mali", referiu, justificando: "Não sabíamos se os soldados com que estávamos a trabalhar, ao juntarem-se com o grupo Wagner de mercenários russo, não se iam portar da mesma forma".
Sobre o apuramento de responsabilidades de incidentes passados, Borrell referiu que a missão da UE "não é um júri", como num tribunal, tem uma função de treino e essa é a sua responsabilidade.
Josep Borrell terminou hoje uma visita de dois dias a Moçambique e segue viagem no sábado para o Quénia.
O alto representante europeu encontrou-se com o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, para reafirmar o apoio da UE para pacificar Cabo Delgado e fez uma primeira entrega de equipamento militar não-letal (de um total de 89 milhões de euros) para as tropas treinadas pela Europa.
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Lusa/fim