"Ao longo de quase 20 anos, Portugal desenvolveu dívidas de gratidão em relação a afegãos que trabalharam, em muitos casos sob o risco da sua própria vida, para as nossas Forças Nacionais Destacadas (FND), que apoiaram as nossas FND. Esta força, de quatro homens apenas, foi a Cabul honrar essas dívidas de gratidão", afirmou João Gomes Cravinho.

O ministro da Defesa falava na Base Aérea de Figo Maduro, no aeroporto de Lisboa, onde recebeu, com o Presidente da República, os quatro militares portugueses que tinham sido destacados para o aeroporto de Cabul e que chegaram a Lisboa no mesmo avião que os 24 primeiros cidadãos afegãos que irão ficar no país.

Salientando que o trabalho dos quatro militares foi "extremamente difícil", João Gomes Cravinho afirmou que a missão exigiu, para além das "qualidades profissionais", "coragem, determinação" e "imaginação e criatividade na procura de soluções em situações inusitadas".

"Todas estas qualidades foram postas à prova. Esta FND cumpriu em pleno tudo aquilo que lhe tinha sido pedido e que era extremamente difícil de atingir", frisou.

Por volta das 21:15 chegaram ao aeroporto de Lisboa 24 cidadãos afegãos que trabalharam com as Forças Nacionais Destacadas portuguesas no Afeganistão, e que foram retirados do país no âmbito de uma missão levada a cabo por quatro militares portugueses em Cabul.

No total, segundo o ministro da Defesa, terão sido retirados 58 cidadãos afegãos que deverão chegar a Portugal entre hoje, sábado e domingo.

Os quatro militares portugueses, que vieram no mesmo voo que os 24 cidadãos afegãos, encontravam-se em Cabul desde quarta-feira de madrugada, tendo como missão apoiar a retirada de cidadãos afegãos do país, após a tomada do poder pelos talibãs, a 15 de agosto.

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