O Censo, que envolveu pesquisas em quase 2.240 zonas de enumeração e envolveu mais de 1,2 milhões de habitantes, mostra que atualmente há 597 entidades -- incluindo empresas, organizações não governamentais, comunitárias e do Governo -- no setor agrícola.

Globalmente, mais de 764 mil pessoas pertencem a agregados familiares ligados ao setor agrícola.

Os dados, a que a Lusa teve acesso, mostram que há 3.632 famílias envolvidas no setor da pesca e mais de 2.000 em projetos de aquacultura.

Cerca de 62% das famílias têm gado grande, 92% têm pequeno e mais de 82% têm aves.

Cada família tem, em média, menos de 16,9 animais, e mais de 57% têm menos de 10 aves.

Só seis por cento das famílias dizem ter recorrido a serviços veterinários.

Em média, cada família tem cerca de 1.53 hectares de terra, com 70% da terra a ser usada para cultivos temporários ou de curto prazo.

Cerca de 62,9% da área total é usada para cereais, 3,9% para cultivos permanentes e 23,2% para cultivos temporários, com destaque para o milho -- 18% do total -, arroz (7,6%), cassava (7,4%) e café (6,3%).

Os dados mostram que 20% das famílias usam sistemas de irrigação e 68% recorrem a água de superfície.

Segundo o censo, 6% das famílias usam alguma forma de proteção de plantas, 91% recorre a sementes ou materiais de cultivo auto gerados e apenas 1% recorre a sementes ou outro material de cultivo fornecido pelo Governo.

Só 12% das famílias dizem ter recebido informação sobre serviços de extensão agrícola, com o Governo e a rádio a serem as principais fontes.

As propriedades agrícolas ocupam uma extensão de 219.250 hectares, com quase metade concentradas em três municípios: Bobonaro, com mais de 41 mil hectares, Ermera, com mais de 40 mil, e Baucau, com mais de 25 mil hectares.

Os municípios com menores áreas de propriedades familiares são Lautem e Manatuto, com 8.555 e 3.371 hectares, respetivamente, refere o Governo em comunicado.

O Governo explicou que o estudo pretende "apoiar a definição de uma política e estratégia para o setor, apoiar o programa nacional da agricultura do Plano Estratégico de Desenvolvimento 2011 - 2030 [e] desenvolver o indicador do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 2 (ODS 2) - Fome Zero e Agricultura Sustentável".

Servirá ainda para "fornecer dados estatísticos sobre o setor a nível administrativo de suco [divisão administrativa local timorense] e fornecer um enquadramento do setor agrícola nacional".

 

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