
"É um bom momento para os portugueses avaliarem que duplas existem, analisá-las e perceberem o que é que preferem. Se preferem a dupla do `chico-espertismo e acelera´ ou preferem antes a dupla da `condução segura´ em que os elementos dessa parceria não estão aqui a reforçar os piores defeitos do outro", afirmou Rui Tavares no final de uma ação de distribuição de panfletos no Parque das Nações, em Lisboa.
Depois de o presidente do PSD ter admitido hoje que poderá fazer "uma boa dupla" com o líder da IL, Rui Rocha, o dirigente do Livre advertiu que é necessário "analisar muito bem" essa dupla.
"Porque eu não sei se Rui Rocha modera, de alguma forma, os defeitos de Luís de Montenegro e parece que Luís Montenegro não modera, de maneira nenhuma, o radicalismo da Iniciativa Liberal", frisou.
Além da dupla a que chama a do `chico-espertismo e acelera´, os portugueses têm uma outra que é a do progresso, da ecologia e da exigência, a que guia o país com uma condução segura, disse.
Segundo Rui Tavares, no que são os "grandes defeitos do PS" o Livre será exigente e irá "picar-lhe os miolos" para que se mantenha no bom caminho.
"Às vezes, é preciso ter mais ambição e acelerar onde estamos a ir muito devagar, mas, outras vezes, é preciso não confiar na teoria dos aceleras, que é acelerar em qualquer que seja a condição da estrada, e travar quando é preciso", salientou.
E insistiu: "Esta coisa de acelerar em todas as circunstâncias nem sempre corre bem, aliás até nas soldagens nem sempre corre bem porque há quem acelera muito no início e, depois, pode ser ultrapassado".
O porta-voz do Livre ressalvou que à esquerda não há o "canibalismo e a autofagia que a direita tem entre si" que deitou o seu próprio governo abaixo.
Apesar de tudo, acrescentou, quando houve uma maioria de suporte ao governo da esquerda ela foi mais consistente.
"Nós vamos ter uma crise provocada por Donald Trump [Presidente dos EUA] e por outros desta direita que se está a radicalizar e, para isso, às vezes é preciso muita contenção e equilíbrio para saber que temos os recursos orçamentais necessários para ajudar quem mais precisa caso a crise venha", concluiu.
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