Em nota de imprensa a que a Lusa teve acesso, a Liga dos Direitos Humanos reage aos incidentes que ocorreram na sexta-feira na comunidade de Cuntuba, no leste da Guiné-Bissau, onde, diz a organização, as forças de ordem envolveram-se em escaramuças com os habitantes locais.

"Segundo as informações recolhidas pelas células de alerta precoce da LGDH, tudo aconteceu quando um grupo de forças de segurança invadiu a referida aldeia, em cumprimento de uma suposta ordem superior, para impedir a realização das orações de Ramadão, assinalada pela maioria da comunidade islâmica do país no dia 13 de maio", refere a nota da Liga.

A comunidade de Cuntuba estaria a preparar-se para a reza do final de 30 dias do jejum muçulmano, na sexta-feira, um dia depois de a grande maioria de fieis islâmicos guineenses a terem feito.

Os confrontos deram-se quando a polícia ordenou aos fiéis que dispersassem do local da reza, relata ainda a Liga.

"Esta intervenção arbitrária, desproporcional e abusiva das forças de segurança, resultou em nove feridos, entre os quais seis membros da comunidade de Cuntuba e três agentes das forças de segurança", lê-se ainda no comunicado da organização.

Um dos agentes feridos e a receber tratamento no hospital de Bafatá é o comandante da polícia da região, João Vilela da Silva.

Por este incidente de Cuntuba e por "outros casos de espancamentos abusivos de cidadãos perpetrados impunemente" pelas forças de segurança, a Liga Guineense dos Direitos Humanos exige a demissão imediata do ministro do Interior e de todos os responsáveis pela segurança daquele ministério.

A Liga exorta ainda o Ministério Público a abrir um inquérito "urgente e transparente" para apurar responsabilidades dos envolvidos.

A Lusa tentou sem sucesso obter uma reação do Ministério do Interior.

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