Beatriz Buchili falava durante a apresentação da informação anual sobre o balanço do controlo da legalidade em 2020.

Além do valor monetário e dos imóveis, confiscados no âmbito de vários processos, a ação da justiça no combate à corrupção resultou na apreensão de 99 bens móveis, dos quais 81 viaturas, 14 motorizadas e quatro pequenas embarcações.

"Os ganhos gerados pelas atividades criminosas, em particular pela corrupção, têm sido apontados como um enraizado problema de governação, na maior parte dos países, com efeitos negativos no combate à pobreza e na promoção do desenvolvimento", afirmou Beatriz Buchili.

Ainda no âmbito da recuperação de ativos conseguidos através de práticas de atividades criminosas, prosseguiu a PGR, Moçambique emitiu 12 pedidos de assistência mútua legal para nove países, incluindo Portugal e África do Sul.

A PGR destacou que entre os pedidos emitidos para a África do Sul inclui-se um relacionado com o caso das chamadas "dívidas ocultas" - que resultou num escândalo financeiro de 1,8 milhões de euros - e um outro sobre a apreensão, naquele país, de ouro puro avaliado em 24 milhões de rands (1,39 milhões de euros) que saiu de Moçambique na posse de dois cidadãos moçambicanos.

Uma outra solicitação feita por Moçambique às autoridades sul-africanas para a recuperação de ativos tem a ver com o tráfico de moeda no valor de pouco mais de 1,3 milhões de dólares ( 1 milhão de euros) transportados de Maputo por três cidadãos de nacionalidade paquistanesa, acrescentou Beatriz Buchili.

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