
O número de processos-crime abertos no último ano devido à violência armada na região centro traduz um aumento significativo em relação a 2019, ano em que foram instaurados nove processos, disse Buchili.
A PGR falava na Assembleia da República (AR), durante a informação anual sobre o controlo da legalidade que presta hoje e quinta-feira.
A procuradora-geral avançou que das 36 ações movidas no centro do país devido à violência armada 32 foram na província de Sofala e quatro na província de Manica.
Em 2019, Sofala tinha registado apenas um processo ligado às ações da Junta Militar da Renamo e Manica oito.
Beatriz Buchili disse que a referida organização atacou autocarros e cidadãos ao longo de estradas, ferindo e matando pessoas, além de saquear bens à população.
"Estas ações armadas no centro do país desafiam a intervenção das instituições judiciárias na instrução de processos pela inacessibilidade das zonas afetadas, particularmente no que se refere à recolha de evidências e realização de exames periciais no local, como elementos de prova essenciais para uma investigação profícua", afirmou Beatriz Buchili.
A par da imperativa ação penal contra os autores dos ataques, a PGR defendeu a aposta no diálogo com a Junta Militar da Renamo, apontando a experiência que o país já adquiriu na resolução pacífica de conflitos militares.
A Junta Militar é uma dissidência da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, que contesta o acordo assinado em 2019 entre a liderança da organização e o Governo, para o fim da violência armada no país.
A junta, liderada por Mariano Nhongo, contesta igualmente o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR), mas nas últimas semanas importantes membros do grupo desertaram e aderiram ao acordo de paz.
As autoridades moçambicanas acusam a junta de ataques a alvos civis no centro do país, que resultaram na morte de mais de duas dezenas de pessoas.
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