Israel admitiu, esta quarta-feira, que foram disparados tiros de aviso após um grupo internacional de mais de 20 diplomatas se ter "desviado da rota aprovada" na visita a Jenin, na Cisjordânia ocupada, e "lamentou o incómodo" causado pelos disparos.

"A delegação desviou-se do itinerário aprovado e entrou numa zona onde não estava autorizada a estar", declarou o exército israelita em comunicado.

O exército israelita "lamenta o incómodo causado" e anunciou que irá dialogar com os diplomatas "em breve".

A WAFA, que cita o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Autoridade Palestiniana (AP), partilhou imagens dos ataques, que tiveram como objetivo "intimidar", nas quais se veem pelo menos dois israelitas fardados a disparar na direção de um grupo de pessoas que estava a dar entrevistas.

"Violação flagrante e grave do direito internacional"

Segundo a Autoridade Palestiniana, o grupo de diplomatas que foi alvo de disparos quando visitava Jenin encontrava-se em missão oficial para observar a situação humanitária na cidade da Cisjordânia ocupada por Israel quando se ouviram tiros.

O jornal The Times of Israel confirmou que não existem feridos.

Num comunicado de imprensa, o ministério palestiniano condenou "com a maior veemência possível o crime odioso cometido pelas forças de ocupação israelitas" em "visita de estudo à província de Jenin", que constitui "uma violação flagrante e grave do direito internacional".

O incidente ocorre num contexto de aumento da pressão internacional sobre Israel devido à condução da guerra contra o movimento islamita palestiniano Hamas em Gaza, em que muitos países denunciam a intensificação e a expansão da campanha militar e o sofrimento dos civis, a quem falta tudo.