No total, a medida vai abranger 2.400 empresas e visa "mitigar os impactos" da ação dos rebeldes que tem aterrorizado vários distritos da província desde 2017, declarou o delegado do INSS em Cabo Delgado, Chomar Selemane, durante uma conferência de imprensa realizada para apresentação do decreto que aprova o perdão das multas.

Para o CEP - Conselho Empresarial de Cabo Delgado, a medida vai "impulsionar" o desenvolvimento da província, num momento as autoridades têm estado a aconselhar o empresariado a regressar às zonas agora "seguras" dos distritos afetados.

"A medida vai impulsionar o desenvolvimento de Cabo Delgado, porque muitas empresas estavam paradas desde 2017 e também vai motivar os empresários", disse Mussa Alfredo, representante do CEP.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas está a ser aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

Há 784 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

Desde julho de 2021, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda, a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), permitiu recuperar zonas onde havia presença de rebeldes, mas a fuga destes tem provocado novos ataques noutros distritos usados como passagem ou refúgio temporário.

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