"Um hotel de cinco estrelas, cujo projeto está em fase avançada, estando prevista a sua conclusão até ao final deste ano. Com mais este empreendimento, o turismo na ilha do Sal, e em Cabo Verde, certamente vai ganhar", afirmou Olavo Correia, depois da visita ao espaço, no domingo, garantindo que projetos "desta importância" têm tido "todo o suporte do Governo" cabo-verdiano, apesar da crise provocada pela pandemia de covid-19.

"Estamos engajados em intervir para apoiar as empresas, deste modo, protegendo os empregos e rendimentos das famílias. A par, vamos adotando progressivamente medidas para a recuperação, estabilização e aceleração do crescimento económico", afirmou o vice-primeiro-ministro, à margem de visita à ilha do Sal.

A Lusa noticiou anteriormente que este projeto turístico privado prevê um resort de cinco estrelas com pelo menos 719 quartos na ilha cabo-verdiana do Sal, num investimento superior a 130 milhões de euros, promovido pela sociedade Decameron New Horizons Ponta Sino SA.

O investimento foi autorizado pela resolução do Conselho de Ministros de 27 de julho de 2020, e a sociedade promotora pretende "implementar um projeto de investimento relevante para a promoção e aceleração do desenvolvimento da economia nacional". Daí que o Governo o declare "de interesse excecional no quadro da estratégia de desenvolvimento nacional, tendo em conta a sua dimensão e natureza".

A resolução aprova ainda uma "convenção de estabelecimento" entre o Estado de Cabo Verde e aquele grupo privado, que já tem a unidade hoteleira Royal Horizons Ponta Sino Resort "em fase adiantada de construção" na cidade de Santa Maria, ilha do Sal, numa área de 15 hectares, para criar 1.400 postos de trabalho diretos.

A convenção, entre outras medidas, prevê a atribuição pelo Estado de vários benefícios e isenções fiscais a favor do grupo privado.

"O projeto de investimento deverá ter a categoria de cinco estrelas e será gerido por uma cadeia hoteleiras de renome internacional. Ademais, o projeto vai contribuir para a diversificação dos 'tour operators', na área da distribuição do destino Cabo Verde, o que representa uma forte mais-valia", lê-se no documento.

A construção do empreendimento iniciou-se em março de 2016 e deveria estar concluída em outubro de 2020, conforme previsão inicial.

Este projeto, recorda o documento do Governo, "vai representar um aumento significativo da capacidade de acolhimento turístico do país" e incluirá, no empreendimento, além de bares, zonas de lazer e entretenimento, "a maior área de piscinas coletivas e privativas" de todos os hotéis de Cabo Verde, e um centro de convenções.

A construção desta unidade hoteleira envolve ainda a "valorização do património histórico da zona de Ponta Sino", em Santa Maria, nomeadamente os faróis ali existentes.

O grupo privado prevê disponibilizar habitação e apoios sociais para cerca de 190 colaboradores, através de um protocolo com a Câmara Municipal do Sal, e a cedência de alojamento a 40 colaboradores, em espaços construídos para o efeito no hotel.

O setor turístico, que representa 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, só retomará em 2023 os níveis anteriores à pandemia de covid-19, segundo a previsão do Governo.

Em 2019, Cabo Verde registou um recorde de 819 mil turistas e a meta do Governo era chegar ao milhão de turistas anuais a partir de 2021, cenário drasticamente alterado com a pandemia de covid-19, com o arquipélago fechado a voos internacionais de 19 de março a 12 de outubro e praticamente ainda sem turismo.

A procura turística em Cabo Verde deverá recuar em 2020 a níveis de 2009, devido à pandemia de covid-19, com a perda de 536 mil turistas face à previsão inicial do Governo.

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