"Na China continuam medidas muito rigorosas relativamente às excursões que cruzam difrentes províncias ou diferentes cidades", explicou aos deputados que colocaram questões sobre os problemas da atividade turística de Macau duramente atingida pelas medidas de prevenção de propagação da covid-19.

Elsie Ao Ieong, que falava no debate setorial das Linhas de Ação Governativa (LAG) para 2021, na Assembleia Legislativa (AL), indicou que o Governo local tem vindo "a esclarecer os departamentos, as comissões [chinesas] a situação de Macau como destino seguro para o turismo", no sentido de conseguir o levantamento das restrições.

Por outro lado, salientou várias medidas para ajudar os profissionais do setor, como ações de formação". "Claro que a DST [Direção dos Serviços de Turismo] não irá cruzar os braços, mas ao contrário irá dialogar incessantemente com os profissionais do setor", disse.

Macau foi dos primeiros territórios a ser atingido pela crise económica devido à pandemia, tendo registado o primeiro de 46 casos em 22 de janeiro. A partir daí, adotou várias medidas sanitárias para controlar a propagação do vírus, como o encerramento dos casinos por 15 dias, um plano de distribuição de máscaras e um forte controlo fronteiriço.

As medidas sanitárias mostraram-se eficazes, e desde 26 de junho que não é detetado qualquer caso, mas paralisaram praticamente a economia, quase exclusivamente dependente da indústria dos casinos e do turismo chinês.

Em 23 de setembro, as autoridades chinesas retomaram a emissão de vistos individuais e de grupo para o território, suspensos desde o início da pandemia, o que tem resultado numa subida gradual dos visitantes na capital mundial do jogo, ainda que muito abaixo de uma média mensal de cerca de três milhões de visitantes, em 2019.

As incertezas no território ainda são muitas, com as operadoras de jogo no território a apresentarem centenas de milhões de euros em prejuízos no terceiro trimestre do corrente ano.

Os casinos de Macau tinham fechado 2019 com receitas de 292,4 mil milhões de patacas (cerca de 24,7 mil milhões de euros).

Para 2021, o Governo prevê arrecadar 45,5 mil milhões de patacas (4,8 mil milhões de euros), o que, apesar de uma melhoria, está ainda muito longe das 112,71 mil milhões patacas (11,8 mil milhões de euros) arrecadadas em 2019.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.468.873 mortos resultantes de mais de 63,2 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

EJ (MIM) // PJA

Lusa/Fim