
"Estamos a trabalhar para garantir o acesso à Internet e à banda larga a todos os cabo-verdianos. Neste momento temos uma taxa muito elevada de acesso, mas queremos ir mais longe, sobretudo transformar a Internet num bem essencial, com custos mais baixos, democratizando o acesso e com serviço de grande qualidade", afirmou Olavo Correia, que é também ministro das Finanças e da Economia Digital.
O governante, que falava na abertura do fórum "Comunicações Eletrónicas em Cabo Verde -- Entre os Desafios Atuais e Perspetivas Futuras", organizado pela agência reguladora do setor e que está a decorrer na Praia, garantiu que está em construção "um futuro para as tecnologias" no país.
A Lusa noticiou hoje que mais de 85% da população cabo-verdiana tinha acesso à Internet no final de 2021, de acordo com o estudo Indicadores Estatísticos do Mercado das Comunicações Eletrónicas, relativo ao quarto trimestre de 2021, elaborado pela Agência Reguladora Multissetorial da Economia (ARME).
No mesmo período, o total de assinaturas ativas do serviço de acesso à Internet em Cabo Verde cresceu 8% em termos homólogos, para 479.252, mas apenas 6% através de banda larga fixa, e o restante por tecnologia móvel.
Com estes dados, a taxa de penetração da Internet em Cabo Verde subiu no final de 2021 para o equivalente a 85,1% da população, quando um ano antes era de 79,8%, segundo o estudo da ARME.
"Queremos fazer de Cabo Verde um 'hub' tecnológico, por forma a que este setor possa criar oportunidades de empregos, qualificados e bem remunerados para os jovens cabo-verdianos que são hoje cada vez mais qualificados", disse ainda, na mesma intervenção, o vice-primeiro-ministro.
"Já trabalhámos e aprovámos em Conselho de Ministros uma lei para criação de uma Zona Económica Especial para a Tecnologia, que comporta um quadro de incentivos fiscais e parafiscais altamente interessantes e competitivos para podermos atrair empresas de grandes, médios e pequeno portes para domiciliarem em Cabo Verde e, a partir daqui, produzir e exportar serviços para a nossa sub-região e para todo mundo", acrescentou.
Sublinhou igualmente a importância de o país ter um "quadro nacional regulatório" que seja "propício à atração do investimento no setor", para que as operadoras que estão no mercado "possam ter um melhor ecossistema para prestarem um melhor serviço aos nossos cidadãos".
Este fórum, segundo a ARME, visa refletir sobre o percurso da regulação do setor das comunicações eletrónicas em Cabo Verde, bem como identificar os grandes desafios, contando com especialistas do Brasil e de Angola, além de empresas nacionais.
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