
"Atiçou ainda mais as chamas e fê-lo de propósito", afirmou o governador, referindo-se a Trump, numa comunicação ao vivo transmitida ao final de cinco dias de protestos e confrontos devido às rusgas de imigração que estão a decorrer no condado.
"Não queremos as nossas ruas militarizadas pelo nosso próprio exército. Não em Los Angeles, na Califórnia ou noutro lado qualquer", sublinhou Gavin Newsom.
O democrata criticou a mobilização de militares treinados para o combate no estrangeiro contra a vontade das autoridades estaduais e disse que Trump não está a proteger as comunidades, mas sim a traumatizá-las.
"Estamos a ver carros à paisana em parques de estacionamento de escolas", apontou, referindo que a agência ICE (Immigration and Customs Enforcement, serviço de alfândega e fronteiras) não está a ir atrás de criminosos mas sim de alunos, jardineiros e costureiras.
"Se alguns de nós podem ser levados do meio da rua sem mandado de captura, com base apenas em suspeitas ou cor da pele, então nenhum de nós está em segurança", declarou Gavin Newsom.
O governador urgiu os californianos a protestarem de forma pacífica e referiu que os grupos isolados de infratores que estão a vandalizar e saquear lojas serão castigados.
A violência das últimas noites levou a "maior" democrata Karen Bass a impor um recolher obrigatório entre as 20:00 e as 06:00 locais em alguns quarteirões da baixa de Los Angeles.
Newsom revelou que foram detidas 220 pessoas ligadas a estes incidentes, sublinhando, cujo perímetro disse não ir além de "meia dúzia de ruas".
Mas "Trump não se opõe à violência e infração da lei desde que sirva os seus interesses", disse ainda o governador democrata, citando o ataque ao Capitólio a 06 de janeiro de 2021.
Isto "não é apenas" sobre os protestos em Los Angeles, disse ainda Newson, avisando que Trump irá abusar da autoridade também noutros estados, por ser "um Presidente que não quer ser limitado" por leis ou pela Constituição.
"A Califórnia pode ser a primeira, mas não vai acabar por aqui", declarou Gavin Newsom. "A democracia está sob assalto diante dos nossos olhos. O momento que temíamos chegou", afirmou.
ARYG // APL
Lusa/Fim