
As bancadas da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) e Movimento Democrático de Moçambique (MDM) falavam durante o encerramento da quarta sessão da nona legislatura da Assembleia da República (AR).
A deputada Lucinda Malema, que leu o discurso de encerramento da bancada da Frelimo, assinalou que o executivo "voltou a brindar o país com realizações de grande impacto na economia e na vida das famílias".
Malema apontou a conclusão da plataforma flutuante que vai produzir gás natural liquefeito na bacia do Rovuma, norte do país, e a aceitação de Moçambique no comércio internacional de diamantes como marcos importantes do ano prestes a acabar, no plano económico.
Repetindo no essencial os aspetos do discurso sobre a "situação geral da nação", que o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, enumerou na quinta-feira no parlamento, Malema destacou que a economia voltou a crescer este ano, depois da recessão de 2020, e registou-se uma expansão dos serviços sociais básicos como água, energia, segurança alimentar e educação.
Na sua última mensagem do ano no parlamento, a bancada da Renamo, principal partido da oposição, optou por voltar a atacar o facto de o Governo não ter pedido autorização à AR para a presença do contingente militar do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC, na sigla inglesa) no combate aos grupos armados na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.
"A Renamo foi a primeira instituição política nacional a defender a tese da necessidade de uma cooperação estratégica, no âmbito diplomático e militar com parceiros internacionais, desde que isso fosse feito dentro do quadro legal e constitucional vigente", declarou a vice-chefe da bancada do principal partido da oposição, Clementina Bomba.
Enfatizando que a Renamo é a favor da defesa da vida e da soberania, Bomba referiu que a Frelimo tem como "apanágio a violação das leis do país".
Lutero Simango, presidente do MDM e chefe da bancada do partido na AR, acusou o partido no poder de "má governação", apontando "as revelações" feitas no julgamento das dívidas ocultas como prova de "decisões políticas ruinosas para o país".
"Reiteramos aqui e agora que o povo não deve pagar essas dívidas. (...) As revelações no julgamento das dívidas não autorizadas constituem uma outra face de uma verdadeira ameaça à soberania nacional e a dignidade dos moçambicanos que noite e dia trabalham com honestidade", destacou Simango.
O parlamento moçambicano só volta em 2022, devendo a Comissão Permanente do órgão anunciar o mês e as datas.
A Frelimo detém uma maioria qualificada de 184 dos 250 deputados da AR, seguida pela Renamo, com 60 assentos, e, por último, o MDM, com apenas seis deputados.
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