
O Ruanda está desde julho a apoiar as Forças Armadas e de Defesa de Moçambique (FADM) a combater a insurgência armada em Cabo Delgado, norte do país.
Encontros entre o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e o homólogo ruandês, Paulo Kagamé, têm servido este ano para estreitar relações, vistas com receio pela comunidade do Ruanda residente em Moçambique, que se diz perseguida pelo regime do seu país.
A escolha de Miquidade para representar Moçambique no Ruanda surge depois de o governante ter sido exonerado no dia 09 de novembro, após um ano e nove meses no cargo durante os quais a polícia moçambicana se viu envolvida em vários escândalos.
Entre eles contam-se o envolvimento no homicídio do observador eleitoral Anastácio Matavel, os casos de agentes que engravidaram formandas na escola da polícia e abusos durante a fiscalização das medidas de prevenção da covid-19 que terão resultado em mortes.
A polémica mais recente envolveu o bloqueio policial a um autarca da oposição, Manuel de Araújo, eleito pela Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) em Quelimane, quando organizava um passeio de bicicleta com diplomatas estrangeiros.
Licenciado em Direito pela Universidade Eduardo Mondlane e com passagem pelo Instituto Universitário de Lisboa, Amade Miquidade foi diretor-geral dos Serviços de Informação do Estado (SISE, secreta moçambicana) entre 1991 e 1995 e deputado pelo partido no poder (Frelimo), tendo também ocupado vários cargos no Ministério do Interior.
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