Numa visita ao estado da Virgínia, no norte dos Estados Unidos, Blinken indicou aos dirigentes dos dois países que Washington "vai pressionar pelo fim imediato dos combates" e por um "acordo de paz", sublinhou o porta-voz do departamento de Estado norte-americano, Ned Price.

Pelo menos 49 militares arménios foram mortos hoje em confrontos em larga escala, os mais graves entre a Arménia e o Azerbaijão desde a guerra em 2020, segundo denunciaram as autoridades de Erevan, que responsabilizaram Baku pela "agressão".

De manhã, o Presidente francês, Emanuel Macron, indicou ter falado de madrugada com o primeiro-ministro arménio, Nikol Pashinian, e garantiu que irá apresentar ao Conselho de Segurança da ONU o conflito entre os dois países.

A Rússia, que reivindica o papel de árbitro entre as Repúblicas do Cáucaso, anunciou hoje que negociou um acordo de cessar-fogo, que está em vigor desde às 09:00, horário de Moscovo (07:00 em Lisboa), que não foi confirmado ainda nem por Baku e nem por Erevan.

Em Baku, o gabinete do Presidente azeri, Ilham Aliyev, defendeu que o exército "cumpriu todos os objetivos" na fronteira com a Arménia.

"As provocações cometidas pelas forças arménias na fronteira entre os dois países foram repelidas, todos os objetivos foram cumpridos", referiu Aliyev, num comunicado.

"A responsabilidade pela escalada cabe inteiramente aos líderes políticos arménios", acusou o líder do Azerbaijão.

Horas antes, o Ministério da Defesa arménio anunciou que a intensidade dos confrontos na fronteira entre a Arménia e o Azerbaijão "diminuiu drasticamente", mas a situação continua "extremamente tensa".

"Às 14:00 (11:00 em Lisboa), a situação continuava extremamente tensa em alguns pontos da fronteira (...). Apesar de uma forte diminuição da intensidade dos bombardeamentos, o inimigo continua a tentar avançar", disse o Ministério da Defesa arménio em comunicado.

Os dois países disputam várias zonas de fronteira, incluindo o território de Nagorno-Karabakh, um enclave no Azerbaijão ocupado pela Arménia, que provocou um violento conflito armado entre 1993 e 1994, com milhares de vítimas, antes de um cessar-fogo que tem sido diversas vezes violado.

Enclave separatista arménio em território do Azerbaijão, país vizinho do Irão, o território do Nagorno-Karabakh foi novamente palco de violentos combates entre forças arménias e azeris em setembro e outubro de 2020, que provocou cerca de 6.500 mortos com Baku a derrotar as tropas de Erevan.

O Nagorno-Karabakh, habitado na época soviética por uma maioria arménia cristã e uma minoria azeri muçulmana xiita, efetuou a secessão do Azerbaijão após a queda da URSS, motivando uma guerra com 30.000 mortos e centenas de milhares de deslocados. 

 

JSD (ANP/CSR) // APN

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