
"São 40 membros da PNTL que vão para o município de Covalima, para dar apoio ao que for necessário. Ficarão pelo tempo necessário e a cumprir o que for necessário", disse aos jornalistas o superintendente Marcos Sequeira, adjunto do comandante de operações da Sala de Situação do Centro Integrado de Gestão de Crise (CIGC), em Díli.
"A missão principal é dar apoio no reforço da cerca sanitária em toda a região, ajudando a controlar movimentos de e para o município. A PNTL e as F-FDTL podem ser mobilizadas para apoio e proteção civil e é isso que estamos a fazer, a ajudar o Governo", disse.
Marcos Sequeira explicou à Lusa que os 40 homens vão juntar-se a mais de 150 efetivos da PNTL que já estão no município, onde há ainda responsáveis policiais destacados na delegação regional do CIGC, que está a acompanhar a covid-19 em Timor-Leste.
Questionado sobre a falta de meios com que as forças de segurança se têm deparado, Marcos Sequeira disse que essa questão era secundária à missão e que os efetivos estarão no terreno a trabalhar.
"A nossa missão é defender a legalidade democrática e defender a nação. Não estamos preocupados com as condições, o nosso interesse é a nossa missão que tem que ser cumprida, faremos o máximo possível para apoiar", afirmou.
"Toda a PNTL está, sem reserva, preparada para apoiar, e se for necessário o apoio das F-FDTL, pediremos apoio para garantir a situação", afirmou.
Além de efetivos de nove municípios diferentes, o contingente que foi enviado para a região inclui membros do Colégio da Polícia, da unidade marítima e do Quartel-General da PNTL.
Covalima, que está sob cerca sanitária desde meados de fevereiro, vai continuar nessa situação pelo menos até ao início de abril, de acordo com as regras do novo período de estado de emergência aprovadas hoje pelo Governo.
A cerca sanitária que vigorava no vizinho município de Bobonaro vai ser levantada esta semana.
As preocupações centram-se em dois focos de transmissão local, um na aldeia de Onu-Laran, de apenas 373 habitantes, localizada no suco [divisão administrativa local] de Maudemo, posto administrativo de Tilomar, onde há três casos confirmados.
O outro surto de casos -- sete até ao momento, entre eles o paciente 'um' que terá contagiado pessoas em duas aldeias - é na aldeia de Clau Halec, suco de Belulik Leten e posto administrativo de Fatumean.
Desde que o foco de casos foi detetado, as equipas de vigilância realizaram já mais de uma centena de testes em três aldeias - Clau Halec e Belulic Cra'ic, em Fatumean, e Onu-Laran -- e ainda na vila de Suai, a capital do município.
Os dois surtos foram detetados durante testes em massa que coincidem com o reforço das medidas na fronteira, perante preocupações sobre eventuais contágios causados por entradas irregulares de cidadãos.
Timor-Leste tem atualmente 23 casos ativos e acumula 113 desde o início da pandemia, não tendo havido a registar qualquer caso grave ou morte.
No último ano, Timor-Leste teve já 10 períodos de estado de emergência, com o primeiro a ser decretado em 28 de março.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.531.448 mortos no mundo, resultantes de mais de 114 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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