Com cânticos e danças e trajados com vestes vermelhas, a principal cor da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), cerca de 1.500 congressistas formaram filas de mais de um quilómetro nos subúrbios de Maputo, logo ao raiar do solo.

São filas para entrarem no pavilhão onde o encontro vai decorrer sob o espetro de confronto político entre alas, de acordo com a leitura de vários analistas.

Mas, no local, os delegados sorriem e expressam uma outra opinião unânime.

A Frelimo "vai sair muito forte e estamos todos coesos para dirigir este país como vínhamos dirigindo, é momento de alegria e de tudo de bom", afirmou Amélia Matável, delegada da província de Nampula, norte do país e maior círculo eleitoral.

Para Sábado Chongo, congressista da província da Zambézia e deputado na Assembleia da República, "nunca houve nem haverá clivagens da Frelimo" e o encontro que hoje começou será de maior "unidade".

Para Patrício Muwito, a reunião magna da Frelimo será uma oportunidade para o partido mostrar que a sua continuação no poder não está ameaçada.

"Não temos adversário que nos ameace, só respeitamos a democracia", declarou.

O encontro deve ser uma plataforma para a identificação de estratégias que tirem o país da pobreza, acrescentou Páscoa Mambala, delegada da província de Sofala.

"Vai ser um momento de festa e de alegria e esperamos por uma estratégia para ganharmos nas eleições autárquicas de 2023 e gerais de 2024", afirmou.

Indiferente à intriga partidária dos adultos, Shaira, com 11 anos e aluna do 5.º ano de escolaridade, sintetiza a sua presença no congresso numa frase:

"Vamos dançar para o presidente", Filipe Nyusi, que lidera o partido e é chefe de Estado, afirmou, no meio de outras crianças da organização dos Continuadores de Moçambique, crianças das escolas primárias moçambicanas e que constituem um viveiro de militantes e líderes do partido no poder.

A Frelimo reúne-se a partir de hoje e até quarta-feira para o seu encontro magno em que o atual líder, Filipe Nyusi, é o único candidato anunciado à presidência.

Durante o encontro na Matola, subúrbios de Maputo, serão ainda eleitos os novos órgãos sociais: o Comité Central, ao qual caberá a escolha do secretário-geral, a Comissão Política e o Comité de Verificação.

Depois do congresso, passará pelos novos órgãos a escolha do candidato às eleições presidenciais de 2024.

O 12.º Congresso da Frelimo conta com a participação de cerca de 1.500 delegados.

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Lusa/fim