"Estamos surpreendidos com os danos causados por esta chuva torrencial. É a primeira vez que registamos um número de vítimas tão elevado", realçou Antoine Mbao Bogo.

Nove pessoas morreram em Bouchia, no sul do país, três em Bria, no leste, e um na capital Bangui, acrescentou o responsável, alertando que o número ainda é provisório.

A República Centro-Africana é o segundo país menos desenvolvido do mundo, onde 71% dos 4,6 milhões de habitantes vivem abaixo do limiar da pobreza, com menos de 1,9 euros por dia, e mais da metade da população precisa de ajuda humanitária, segundo o Banco Mundial.

Este país africano é ainda regularmente afetado por inundações.

Em 2019, pelo menos 28.000 pessoas ficaram desalojadas devido a inundações sem precedentes.

Na altura, as chuvas excecionais e incessantes juntaram-se à cheia da década do Oubangui e seus afluentes.

A capital Bangui foi particularmente afetada pelas inundações na semana passada e mais de "1.300 famílias ficaram desalojadas", relatou Virginie Baïkoua, ministra de Ação Humanitária, à AFP.

"Com a unidade de crise montada pelo governo, vamos identificar os vários problemas, vamos mapear as obras -- como pontes, tubulações, dragagens -- e os bairros mais atingidos para que a população não enfrente mais desastres destes", assegurou.

Já um morador de Bangui explicou à AFP que "perdeu tudo" e ficou sem sítio para os filhos, depois da sua casa ter ficado inundada.

"Só usamos a água do poço e mesmo ao lado das nossas casas de banho também houve cheia. Imaginamos que a água da casa de banho se misturou com a do poço", alertou, por sua vez, um vendedor de gasolina num distrito da capital, cuja casa também desabou.

"Apenas rezo para que as crianças não fiquem doentes", concluiu.

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