Após anos de seca, o último período chuvoso encheu a albufeira e o nível de descargas vai manter-se por forma a acomodar a nova precipitação que a barragem está a receber, devido às chuvas sazonais, em Moçambique e Essuatíni, país fronteiriço.
As autoridades anunciaram há uma semana o incremento do nível de descargas, de 60 para 120 metros cúbicos por segundo, mas nos últimos três dias o caudal dos cursos de água que alimentam a barragem tem subido acima das previsões, anunciou Jaime Timba, diretor da divisão de gestão da bacia hidrográfica do rio Umbeluzi.
Se se mantiverem os atuais níveis de descarga, os responsáveis acreditam que "nos próximos três a quatro dias" serão atingidos "os 80% [de armazenamento] e assim reduzir os níveis de descarga", referiu o responsável.
Em anos anteriores, a albufeira tem ficado a menos da metade da sua capacidade de armazenamento, condicionando o fornecimento de água à capital moçambicana e arredores.
As descargas da albufeira dos Pequenos Limbombos influenciam o caudal do rio Umbeluzi, causando inundações com perda de áreas de cultivo e interrupção de várias vias de acesso na região de Maputo.
Até ao dia 11, cerca de 22 mil pessoas estavam isoladas devido à subida das águas do Umbeluzi, que submergiram uma passagem para pessoas e viaturas ('drift'), que une oito bairros à vila de Boane, arredores de Maputo.
Pelo menos 10 pessoas morreram e outras 47.493 já foram afetadas por chuvas, ventos fortes e outros desastres naturais em Moçambique na atual época, segundo o mais recente relatório do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD).
Moçambique está a meio da época chuvosa e ciclónica, que ocorre entre outubro e março, com tempestades oriundas do Índico e cheias com origem nas bacias hidrográficas da África Austral.
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