"Nos últimos três anos, o país foi afetado por seis ciclones tropicais que causaram cerca de 400 mortes, 1.800 feridos e afetaram diretamente cerca de três milhões de pessoas", lê-se na página do Facebook do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) de Moçambique, numa menção ao discurso da presidente da instituição, Luísa Meque, na Plataforma Global Para Redução do Risco de Desastres, que decorre desde segunda-feira em Genebra, na Suíça.

No evento, Luísa Meque recordou que Moçambique foi atingido por três ciclones -- Chido, Dikeledi e Jude -- na época chuvosa 2024/2025, uma realidade que obriga o país a adotar uma abordagem "cada vez mais científica e preventiva" sobre os desastres naturais.

A presidente do INGD defendeu o reforço da compreensão e a aplicação de dados sobre o impacto das intempéries como "ferramenta essencial" na gestão de riscos, referindo que a experiência de Moçambique mostra que a recolha e análise sistemática de dados é "indispensável" para a recuperação e o fortalecimento da resiliência das comunidades.

"A nossa realidade obriga-nos a adotar uma abordagem cada vez mais científica e preventiva (...). Temos uma lei específica para a gestão de risco e integramos essa visão nos nossos instrumentos de planificação de curto e longo prazo", referiu a responsável, assumindo desafios na gestão de bases de dados e na "utilização de tecnologias de informação e comunicação", devido à limitação da cobertura em Moçambique.

"Contamos com o apoio dos nossos parceiros para melhorar estas ferramentas que são vitais para uma planificação efetiva do desenvolvimento económico sustentável do país (...). A todos os que se juntam às boas iniciativas em prol das populações mais vulneráveis, o nosso profundo agradecimento", concluiu.

Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas globais, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, mas também períodos prolongados de seca severa.

Os ciclones Chido, Dikeledi e Jude atingiram Moçambique entre dezembro e março, e, além da destruição de milhares de casas e infraestruturas, provocaram cerca de 175 mortos, no norte e no centro do país.

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