
"Formalizamos hoje a candidatura do doutor Carlos Veiga à Presidência da República, com uma subscrição no seu limite máximo de quatro mil subscritores", anunciou o mandatário nacional da candidatura, o músico e economista Adalberto "Betú" Silva, que entregou a documentação junto ao Tribunal Constitucional (TC), na cidade da Praia.
Segundo o calendário eleitoral, as candidaturas presidenciais devem ser formalizadas junto do TC até 60 dias antes do escrutínio, ou seja, até 18 de agosto, e o Código Eleitoral define que "são propostas por um mínimo de mil e um máximo de quatro mil cidadãos eleitores".
O mandatário nacional avançou que as subscrições são de todos os concelhos do país, bem como da diáspora, excedendo até o limite permitido pela lei cabo-verdiana.
"Um sinal de força neste arranque da jornada que contamos ser de sucesso para o nosso candidato à Presidência da República", previu Adalberto Silva, natural da ilha do Maio, destacando entre os atributos de Carlos Veiga a sua contribuição para a implantação do regime de liberdade e da democracia no país e por ser um dos autores da Constituição da República.
Por isso, o mandatário considerou que o antigo chefe do Governo (1991 a 2000) é um homem "com história", "talhado para a função" e que "conhece muito bem" os poderes e atribuições do Presidente da República.
Tendo em conta a crise pandémica que afetou grandemente o país, Adalberto Silva afirmou que o país precisa de criar condições políticas de serenidade e de estabilidade, para retomar o ritmo de crescimento e de desenvolvimento.
"E o nosso candidato nos parece a pessoa mais indicada para garantir essa estabilidade de que o país precisa", referiu o representante da candidatura, salientando que Carlos Veiga dá garantias de ser um homem que "não vai confundir os papéis".
Carlos Veiga formalizou a candidatura no dia em que ficou a saber do apoio da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID), o terceiro partido com assento no parlamento.
O mandatário anunciou para breve um ato com os partidos que apoiam a candidatura de Carlos Veiga, sendo, além da UCID, o Movimento para a Democracia (MpD), partido que suporta do Governo e que o agora candidato presidencial fundou e também liderou.
Adalberto Silva disse que o apoio da UCID é "mais uma força" para Veiga, explicando que a candidatura presidencial é pessoal, mas que a participação dos partidos políticos nas campanhas, prevista na lei, "é sempre muito importante".
Carlos Veiga é o segundo a apresentar a sua candidatura à Presidência da República junto do TC, depois de na sexta-feira ter sido o principal adversário e também antigo primeiro-ministro José Maria Neves (2001--2016), que conta com apoio do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), de que foi presidente e gora na oposição governamental.
A campanha eleitoral decorre entre as 00:00 de 30 de setembro e as 23:59 de 15 de outubro, e em caso de uma segunda volta vai acontecer em 31 do mesmo mês.
As anteriores presidenciais em Cabo Verde, que reconduziram o constitucionalista Jorge Carlos Fonseca como Presidente da República, realizaram-se em 02 de outubro de 2016 (eleição à primeira volta, com 74% dos votos).
De acordo com a Constituição de Cabo Verde, o Presidente da República é eleito por sufrágio universal e direto pelos cidadãos eleitores recenseados no território nacional e no estrangeiro.
Só pode ser eleito Presidente da República o cidadão "cabo-verdiano de origem, que não possua outra nacionalidade", maior de 35 anos à data da candidatura e que, nos três anos "imediatamente anteriores àquela data tenha tido residência permanente no território nacional".
Cabo Verde já teve quatro Presidentes da República desde a independência de Portugal em 1975, sendo o primeiro o já falecido Aristides Pereira (1975-1991) e por eleição indireta, seguido do também já falecido António Mascarenhas Monteiro (1991--2001), o primeiro por eleição direta, em 2001 foi eleito Pedro Pires e 10 anos depois Jorge Carlos Fonseca.
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